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Os seres e objetos pintados pelos irmãos são extraídos de sonhos, do cotidiano e de "um mundo dentro de nossas cabeças", como explica Gustavo Pandolfo | Reprodução
Os seres e objetos pintados pelos irmãos são extraídos de sonhos, do cotidiano e de "um mundo dentro de nossas cabeças", como explica Gustavo Pandolfo| Foto: Reprodução

As pinturas dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, de 34 anos, são a prova contrária à afirmação de que os sonhos são todos em preto-e-branco. OSGÊMÊOS, como foram apelidados pelos amigos do movimento hip-hop, em São Paulo, na década de 1980, sonham todos os dias com seres estranhos e coloridos que transportam para o graffiti, as pinturas e as esculturas que produzem quase que como uma só entidade.

Há cinco meses, a dupla prepara nove obras inéditas que estarão expostas, a partir deste sábado, no Museu Oscar Niemeyer (MON). Para o evento de abertura, às 11 horas, a bilheteria estará franqueada entre 10 e 12 horas.

O graffiti, marca registrada da dupla, não faz parte da mostra denominada Vertigem. "Graffiti é improviso, é interferência, é clima. O museu é um espaço em branco que podemos preencher ao nosso modo. A rua está pronta, a obra é só mais um elemento", diz Gustavo, que conversou com a Gazeta do Povo. Mas as figuras vermelhas e amarelas, os bichos, os instrumentos musicais e outros objetos de cores múltiplas e intensas em cenas fantásticas são as mesmas em qualquer espaço.

É possível que o espectador leve bons minutos só olhando o mural pintado por OSGÊMÊOS na parede externa da sala Helena Wong, que abriga a exposição, tal é a quantidade de detalhes. "Somos detalhistas desde que começamos a desenhar, no mesmo papel, aos três ou quatro anos. A gente quer dizer muito por meio de cada obra", explica Gustavo.

Quem é ligado em moda, vai se deliciar com a estamparia das roupas dos personagens que vivem nos diferentes "mundinhos" retratados. "Gostamos de pirar nisso. As pessoas até dizem que influenciamos a moda", conta. Os desenhos são feitos em técnica mista. "Usamos tudo", diz. Há colagem, tintas, texturas e até pedaços queimados de tela.

Além dos sonhos, a dupla retira inspiração de momentos simples do cotidiano, da vida nas cidades e das viagens que fazem pelo mundo para mostrar sua arte. "Nossa arte é uma fuga de um mundo cinza, triste", diz Gustavo.

Revelados pela conceituada Deitch Gallery, de Nova Iorque, os irmãos já traçaram um itinerário fantástico. Em maio, pintaram a fachada de um castelo na Escócia e expuseram na Tate Modern, de Londres.

No MON, OSGÊMÊOS apresentam seis grandes painéis, com mais de 1,5 metrode altura, duas esculturas e a instalação interativa "Os Músicos", composta de 30 caixas de som, megafone, guitarra, baixo, violão e bateria, que podem ser tocados pelo público.

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