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Cartazes cinematográficos privilegiam a criação do designer, tornando-se peças de valor artístico |
Cartazes cinematográficos privilegiam a criação do designer, tornando-se peças de valor artístico| Foto:

Serviço

Cartazes Cubanos - Um Olhar Sobre o Cinema MundialOnde: Galeria da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280)Telefone: (41) 2118-5114Quando: Terça a sábado, das 10h às 21h; domingos, das 10h às 19h. Entre os dias 10 e 29 de marçoVeja o serviço completo do site de Guias e Roteiros RPC

  • Cartazes cinematográficos privilegiam a criação do designer, tornando-se peças de valor artístico

Cuba será tema de muitas conversas neste ano em que se celebra o cinquentenário da Revolução Cubana, ao mesmo tempo em que se sinaliza o fim do embargo econômico à ilha – com Barack Obama na Presidência norte-americana.

Também se falará muito em cinema, já que, com a chegada de Fidel ao poder, criou-se o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC), um dos mais importantes centros de formação de cineastas do mundo, que também completa 50 anos.

A instituição ainda é referência mundial na produção de outro produto além da sétima arte: os cartazes de divulgação dos filmes feitos não só em Cuba, mas em países como Itália, França, ex-União Soviética, Brasil e até os Estados Unidos.

Cerca de 80 desses pôsteres criados entre as décadas de 1960 e 90 serão exibidos no Brasil a partir de hoje, em uma mostra itinerante que tem como ponto de partida a Galeria da Caixa, em Curitiba. Em seguida, segue para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife.

Todos os filmes exibidos na ilha, fossem cubanos ou estrangeiros, ganhavam obrigatoriamente um cartaz nacional. Antonio das Mortes, título internacional do filme O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, que recebeu o prêmio de melhor direção do Festival de Cannes, em 1969, foi um dos filmes brasileiros divulgados em Cuba com cartazes produzidos no ICAIC.

"Glauber fazia muito sucesso lá. O Cinema Novo, que aqui era visto praticamente apenas pelos intelectuais, em Cuba tinha enorme sucesso de audiência e público", conta o produtor da exposição, Dario Pontes Regis.

Enquanto ouve músicas cubanas tradicionais, o visitante conhece cartazes de 12 dos mais representativos designers do país – com destaque para Eduardo Muñoz Bachs. Também participam René Azcuy, Dámian, Dimas, Julio Eloy, Antonio Pérez (Niko), Antonio Fernández Reboiro e Raul Martinez. Os que ainda estão vivos, a minoria deles, residem nos Estados Unidos, Espanha e México, onde seguem carreira internacional.

Diante da falta de recursos, no início os cartazes eram feitos de modo artesanal, com recursos como a serigrafia e a colagem, e eram impressos em papel jornal ou nos versos dos cartazes de filmes russos. Com o tempo, a escola cartazista do ICAIC tornou-se referência mundial em design gráfico por suas características que rompem com os padrões convencionais: modificou-se a localização e tipografia nos textos; abandonou-se o recurso tradicional de utilizar fotogramas e o desenho realista de cenas e personagens dos filmes; e, por fim, eliminaram-se as frases comerciais.

Regis explica que os cartazes cubanos se tornaram obras de arte justamente porque não têm função publicitária. "Lá, o cinema é gratuito, o objetivo é unicamente despertar o interesse pelo filme", diz. "Cada artista tem seu traço, seu estilo. Hoje, com o design muito computadorizado, perdeu-se essa ‘impressão digital’ de cada artista. Mas o mundo está revalorizando isso, os cartazes cubanos estão sendo muito estudados."

Logo após a abertura da mostra, hoje, às 19h30, haverá uma mesa-redonda no Teatro da Caixa com Sara Vega, especialista em cartazes cubanos para o cinema do ICAIC, e Rui de Oliveira, designer, ilustrador e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para assisti-la, é preciso retirar o ingresso com uma hora de antecedência.

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Serviço:

Cartazes Cubanos – Um Olhar sobre o Cinema Mundial. Galeria da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5114. Abertura, dia 10 às 19h30. Terça-feira a sábado, das 10 às 21 horas, e domingo, das 10 às 19 horas. Até 29 de março.

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