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Quem observa, mesmo que por poucos minutos, a artista plástica Leda Catunda, um dos expoentes da chamada Geração 80 no Brasil, logo nota sua preocupação com os detalhes: ela interrompe brevemente a entrevista para arrumar, junto com os montadores do Museu Oscar Niemeyer, uma das obras da exposição Leda Catunda – Pinturas Recentes, que será inaugurada hoje com 18 trabalhos (a maioria em grandes dimensões). A artista escolheu Curitiba para estrear a mostra, que, após a temporada no Paraná, será exposta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) e no Instituto Tomie Ohtake (veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo).

Após o arranjo milimétrico do trabalho, Leda, que junto com artistas como Leonilson (1957-1993), Daniel Senise, Beatriz Milhazes, Gonçalo Ivo, entre outros, marcou uma época de retomada da arte brasileira, explicou ao Caderno G que o norte dos novos trabalhos (produzidos desde 2009 após uma retrospectiva de sua carreira realizada na Pinacoteca de São Paulo) é a estética do esporte, mais propriamente a do futebol. "As cores e os números são elementos que estão presentes na visualidade da cidade. Vestir a camiseta do seu time virou quase um uniforme de lazer. Todo o design do esporte é muito interessante", salienta Leda, torcedora fanática do Santos Futebol Clube.

Logo na entrada da mostra, o espectador poderá ver a obra Números, que também surgiu dessa observação da cidade. "De repente, você vê alguém de costas com uma camiseta e o número 34. E o que diz aquilo? É algo intrigante", diz Leda. Há ainda 9 (em alusão ao jogador Ronaldo Fenômeno, na imagem abaixo) e outro quadro apenas com camisetas na cor vermelha, que foi quase encomendada por uma amiga, que torce para o Internacional. "Ela reclamava que eu só escolhia camisetas do Grêmio."

Inédita

O caráter artesanal, a textura, que traz um apelo tátil, e as cores vivas são outras características das obras, elementos típicos do trabalho da artista, que faz questão de ela mesma costurar à mão os tecidos usados nas telas. Leda também criou uma obra exclusivamente para a exposição, Manto das Bandeiras, que surgiu de um pequeno desenho feito por ela com lápis de cor. A princípio, o trabalho lembra uma figura concreta, mas, aos poucos, o espectador reconhece as cores das bandeiras dos times. "Com certeza, as pessoas ficarão um bom tempo fazendo essa identificação", acredita a artista.

Outras mostras

A Casa Andrade Muricy (CAM) abre para visitação a partir de hoje as mostras Ocidentes e Orientes, com desenhos e pinturas de Rones Dumke, Under Construction, com obras de Emer­­son Persona e Apresentação/Representação, que mostra dez vertentes da fotografia alemã.

A Galeria Casa da Imagem também inugura, às 19h30, a primeira mostra individual do artista plástico Willian Santos, nem todo o líquido se desmancha no ar.

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