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O Museu Alfredo Andersen inaugura amanhã, às 19 horas, quatro exposições com propostas bem diferentes entre si. O público poderá revisitar o acervo com as principais obras do artista norueguês radicado no Paraná Alfredo Andersen. Ele morreu em 1935, na casa onde há mais de quatro décadas está instalado o Museu que leva seu nome.

Outra coleção reúne 75 auto-retratos de artistas paranaenses, que vão do próprio Alfredo Andersen a artistas contemporâneos como Eliane Prolik, João Osório Brzezinski e Ronald Simon. O colecionador Max Conradt Jr. começou a reunir as obras há 30 anos, a partir de encontros que realizava com artistas em sua casa.

Há dez anos, o artista plástico João Nei começou a aprofundar sua pesquisa de uma arte que, até hoje, não foi totalmente desvendada: as pinturas e esculturas rupestres. Seu fascínio surge a partir de um sentimento de identidade por esses registros que, para o artista, são um testemunho cristalizado e, por vezes, o único vestígio do traço humano no período pré-histórico. "As pinturas aparentemente rústicas comunicam de diversas formas, como, por exemplo, pelo uso do vermelho, uma cor simbólica", conta. Em 2004, ele publicou o livro Arte Rupestre – A História Que a Rocha não Deixou Apagar, a partir de um extenso trabalho de localização e catalogação de sítios arqueológicos do Paraná.

A publicação originou a mostra de pinturas, esculturas e instalações Hematita sobre Rocha, um diálogo que o artista realiza entre a estética pré-histórica e a arte contemporânea. Nei já mostrou suas obras nas seis cidades do interior do estado, por onde passou para fazer sua pesquisa e, agora, exibe-as no Museu Alfredo Andersen. O trabalho nasceu com a intenção de despertar o interesse das populações desses municípios e mostrar o valor da arte rupestre paranaense para o patrimônio mundial. Ele conta que muita gente que vive próxima aos locais onde estão as pinturas nem sabiam da existência delas ou nunca se interessaram em vê-las. Os cerca de 20 trabalhos, em sua maioria de grandes formatos, utilizam materiais semelhantes ao utilizados na pré-história como argila, acrílico, arenito e seixos – estes dois últimos, comprados em lojas especializadas, como o artista faz questão de frisar. Os trabalhos estão divididos em cinco etapas. A primeira é um esforço do artista para reproduzir as imagens e símbolos encontrados na pesquisa de campo. Em seguida, algumas obras revelam páginas do livro de Nei em fase de correção. A terceira fase é um resgate do início da pesquisa, com telas que representam pinturas rupestres da Europa, África e Brasil. No quarto momento, Nei utiliza-se de espelhos para refletir e alterar objetos reais. "O espelho partido reflete a figura multifacetada, como a vemos hoje. Afinal, não sabemos o que aquele objeto realmente quer dizer. O espelho com água reflete a falta de significação que as pinturas têm para nós, pois não conseguimos explicá-las", explica. A última etapa é uma tradução contemporânea das formas e símbolos da arte pré-histórica.

Para completar a programação, o museu exibe as criações dos alunos do Atelier de Cerâmica, sob a coordenação da artista plástica Alice Yamamura.

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