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Slideshow | Divulgação/Warner Bros.
Slideshow| Foto: Divulgação/Warner Bros.

Usar a beleza da arte sacra para atrair fiéis e tornar mais agradável a realidade de quem freqüenta a Paróquia São Lucas, no bairro Xaxim, em Curitiba. Foi com esse objetivo que o padre Jonacir Francisco Alessi convidou o artista plástico Marcílio Soares, conhecido por seus afrescos com temas religiosos, para comandar as obras de acabamento da igreja, construída no ano passado e que serve como matriz para oito comunidades paroquiais da região. O trabalho começou em maio e a previsão é de que esteja concluído em julho.

Em Curitiba, Marcílio Soares, que está com 42 anos, já fez os afrescos e restaurações de imagens da Paróquia Santa Luzia, cotada para se transformar em ponto turístico do bairro Mercês. O diferencial do novo trabalho é a inspiração em São Lucas, padroeiro dos médicos. "O objetivo é que os médicos tenham como referencial a nossa igreja e venham freqüentá-la", conta padre Alessi. Para isso, o pároco já esta planejando a realização de uma grande festa no dia 18 de outubro, Dia do Médico e do padroeiro.

Ao todo, seis artistas estão envolvidos no processo de restauro e pintura dos afrescos da Paróquia São Lucas. Por enquanto, a equipe já retratou a figura de Nossa Senhora do Carmo, a imagem do padroeiro da igreja, São Lucas, e um painel mostrando Jesus rezando no Monte das Oliveiras. "Cerca de 40% da obra já está pronta", informa Soares.

O projeto está sendo realizado graças a doações da comunidade e captação de recursos com empresários da região. Além disso, as oito comunidades que fazem parte da paróquia se revezam e realizam festas mensais para angariar fundos. Desde o início da obra já foram gastos cerca de 800 tubos de tinta especial. Ao todo, serão necessários 2,5 mil tubos para a finalização das pinturas. Segundo Soares, para garantir a qualidade das pinturas, são necessárias 19 demãos de tinta, que devem assegurar uma durabilidade de até 120 anos para a pintura. O custo é de R$ 450 por metro quadrado.

Para que a obra seja finalizada em julho, Soares começa a trabalhar cedo: a partir das 6 horas da manhã, é possível observar o artista em cima de um andaime. Dentro do processo de retratação dos santos ele parte de um estudo histórico, que inclui a anatomia e o planejamento das figuras que serão retratadas. "Meu estilo é clássico, realista, mas a inspiração surge quando manejo pincéis e busco a melhor luz." Quando terminar o trabalho na Paróquia São Lucas, Soares já partirá para o seu próximo desafio: revitalizar a matriz de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná.

O trabalho realizado por Marcílio Soares nas igrejas é voluntário. Ele conta que sempre teve uma ligação forte com o Catolicismo e com a arte: nasceu numa família católica e de artistas e chegou a freqüentar o seminário. Em 2000, descobriu que era portador da Síndrome de Steve Jonhson, doença que causa infecções pelo corpo. Nessa época, perdeu o movimento dos membros, mas mesmo assim continuou trabalhando com apoio dos ajudantes. "A partir deste período, me comprometi a desenvolver o trabalho artístico de forma voluntária. Evangelizar usando a arte", diz emocionado.

Soares já realizou trabalhos em igrejas do interior do estado, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Mato Grosso e também fora do Brasil. "Fiz Belas Artes e 126 cursos aqui e fora do país, mas o que sempre me motivou foi a arte sacra." O artista sobrevive dos trabalhos que comercializa em galerias do Brasil e exterior. Atualmente, suas obras estão numa exposição intinerante na Áustria, que deverá vir para o Brasil no fim deste mês.

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