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Bailarino curitibano Neto machado se apresentou como convidado na Mostra Contemporânea do Festival de Dança de Joinville. | Divulgação
Bailarino curitibano Neto machado se apresentou como convidado na Mostra Contemporânea do Festival de Dança de Joinville.| Foto: Divulgação

O estereótipo da dança contemporânea como estilo voltado somente para iniciados já está superado. Prova disso foi a apresentação da mostra contemporânea do Festival de Dança de Joinville realizada na matinê do último sábado, para o público infantil. Com coreografia e interpretação do curitibano Neto Machado, de 31 anos, ‘Kodak’ traz referências de uma infância vivida nos anos 1980.

Neto, como é chamado pelos colegas da dança, é formado em artes cênicas na Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e passou um tempo na Europa, até voltar e passar a integrar a Companhia Dimenti, da Bahia, uma espécie de coletivo que faz diversas produções culturais.

Minecraft

Na adolescência, participou do Festival de Dança de Joinville com o grupo Street Soul-Alma das Ruas, de Curitiba. Mas foi para um período anterior de sua vida que ele se voltou para buscar elementos para compor ‘Kodak’. O bailarino revisitou a própria infância e imagens de brincadeiras de menino, como super-heróis. No cenário, 100 caixas de arquivo coloridas imitam blocos de lego. Mas as crianças do século 21, ao assistirem a peça, tomam sua próprias referências e ao verem a cena dizem: “Olha! Minecraft!”, em referência a um jogo eletrônico.

A movimentação em cena se inspira na técnica stop motion, utilizada em filmes como ‘Godzila’ e ‘King Kong’. Além das referências do cinema dos anos 1980, a fotografia também ajuda a compor a coreografia. A iluminação é uma parte importante da montagem. “Por mais que pareça de alta tecnologia, Kodak é extremamente analógico e depende de muita precisão de quem opera a luz”, conta Neto sobre o trabalho de Moisés Vitório, responsável pela iluminação.

“Mãe, isso é dança? Então eu quero dançar!”

Um dos objetivos de Neto é mostrar que dança não é apenas coisa de menina. “Quando a gente pensa em dança e criança, logo vem a imagem daquela menina bailarina vestida de rosa”, observa o coreógrafo. Mas ele destaca que o corpo de todos tem diversas possibilidades: “o corpo tem uma alta tecnologia”.

Neto conta que uma das experiências mais interessantes foi a de um menino que perguntou à mãe enquanto assistia ao espetáculo: “Mãe, isso é dança?”, E após a afirmativa o menino acrescentou: “Então eu quero dançar!”.

Onomatopeia

O nome do espetáculo foi escolhido em alusão à marca Kodak, que produzia rolos de filme para máquinas fotográficas e cinema. Os integrantes da companhia contam que muitas crianças nem fazem ideia do que é a marca, mesmo assim gostam do nome, que parece uma onomatopeia “Kodak, Kodaaak!”, repetem e se divertem os pequenos espectadores.

Também participam da produção do espetáculo Catriel L. Garcia e Jorge Luiz Sampaio.

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