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O último disco de Careqa, lançado este ano, foi gravado em arranjos para voz e piano | Edson Kumasaka/Divulgação
O último disco de Careqa, lançado este ano, foi gravado em arranjos para voz e piano| Foto: Edson Kumasaka/Divulgação

O clima de proximidade entre o palco e o público do Teatro do Paiol parece ambientar com perfeição o formato de voz e piano do show que Carlos Careqa apresenta hoje e amanhã, às 21 horas. Ao lado do pianista Paulo Braga, o cantor e compositor apresenta – entre gravações de textos de Bertold Brecht e Marquês de Sade reproduzidas por um rádio antigo – as músicas de seu novo disco, Alma Boa de Lugar Nenhum (2011), que traz o mesmo estilo "cabaré". "É quase um recital", diz Careqa, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

"Eu sempre fiz shows com bandas maiores, com percussão, baixo, acordeão, guitarra e também piano. Este é diferente", diz o músico, que está fazendo a apresentação desde maio. O disco – sétimo de sua carreira – foi inteiramente gravado com as vozes de Careqa e de convidados como Arrigo Barnabé e Chico Buarque, acompanhadas de arranjos de piano.

88 teclas

Paulo Braga, que acompanha o cantor e compositor no show e foi a sua principal inspiração para gravar um disco com essa formação, figura entre pianistas como Gabriel Levy, Tiago Costa, Chico Mello, André Mehmari, Karin Fernandes e Ana Fridmann. Apaixonado pelo piano, Careqa escreveu as músicas no violão e fez a direção musical dos pianistas.

"Apesar de terem sido vários músicos, acabou soando homogêneo. O fio condutor surgiu enquanto fui solicitando os arranjos", explica Careqa, que diz que queria mudar a sua trajetória artística com o disco. "O piano é muito rico", diz. "Ele tem essa possibilidade de abrir mais, dar um colorido maior para a música com essas 88 teclas."

Canção nua

A formação coloca em evidência a voz de Careqa, e também destaca a participação da cantora Rogéria Holtz, que canta músicas como "Chorando em 2001" e "Feltro com Ferro". Esta última, uma homenagem ao piano que está no disco anterior de Careqa (Tudo que Respira Quer Comer, de 2009), foi feita pelo músico em parceria com Chico Mello – pai de João Mello, outra participação especial no show.

Os arranjos valorizam também a qualidade das composições de Careqa – um assunto que é tratado em uma das faixas do novo disco, "Minha Música", cantada por Chico. "Ela fala sobre as canções, num jogo de palavras que mistura decepção amorosa e, ao mesmo tempo, filosófica. Eu vejo que tem muita produção nos dias de hoje, mas é uma coisa que eu contesto. Falta qualidade, cuidado na canção", diz Careqa.

O início da carreira do músico – nascido em Santa Catarina, criado no Paraná e radicado em São Paulo –, aliás, remete ao próprio Paiol. Foi ali que Careqa fez sua primeira apresentação profissional, ao lado de Fernando Vieira, com quem formava a dupla Fernando e Careqa. Três décadas depois, ele diz viver "um momento bacana" como compositor, e este show será uma boa oportunidade para mostrá-lo.

Serviço

- Carlos Careqa e Paulo Braga, com participação de Rogéria Holtz e João Mello.- Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/n.º), (41) 3213-1340.- Hoje e amanhã, às 21 horas.- R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

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