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Ser jornalista, mais que profissão, talvez vocação ou destino, é uma viagem contínua ao inesperado. Nem mesmo a agenda dos eventos da semana, que dá a impressão de que tudo se repete, é capaz de tornar o cotidiano previsível. Todo dia tem surpresa. Quem trabalha em um jornal como a Gazeta do Povo, então, tem acesso ao que pode ser chamado de o pote de ouro que está no fim, ou no início, do arco-íris.

Pelo fato de eu ser repórter deste jornal, já fiz muitas viagens, mas a mais interessante, até aqui, foi a que me levou à Fundação Biblioteca Nacional.

Foram dois dias realmente incríveis e, sem exagero, perfeitos, que não tiveram nenhuma nota desafinada, nem mesmo pelo trânsito e pelo calor do Rio de Janeiro, capazes de tudo paralisar – e azedar.

As mais de 12 horas dentro do prédio histórico, que tem cem anos, no centro da antiga capital federal, revelaram, a mim e ao diagramador e fotógrafo Adriano V. Carneiro, um universo paralelo.

Foi possível ver o que o cidadão, de maneira geral, não tem acesso, mas que descrevo aqui para você. As visitas guiadas permitem breves entradas em algumas salas, que mais despertam a curiosidade do que mostram o que vale a pena.

As portas se abriram.

Vi, de perto, as torres, com chão de vidro e estantes de aço, onde estão muitas das preciosidades da cultura brasileira. Obras raras, do século 16, sendo restauradas, ficaram a menos de um metro de mim.

O presidente da FBN, Muniz Sodré, foi todo prosa com a reportagem da Gazeta do Povo. Mais do que um dirigente público, Sodré revelou a sua face de poeta, de sambista e de homem civilizado, que conhece a alma do ser humano e tem sensibilidade para gerir um relevante equipamento cultural.

No setor de música, escutei "O Teu Cabelo Não Nega", marchinha de Lamartine Babo. Em várias das salas do prédio-sede, ouvi, diretamente de algumas das chefes de setores, explicações sobre a Biblioteca Nacional. De modo geral, elas disseram que a instituição é uma espécie de reserva da memória e da cultura brasileira.

Ter passeado pela orla de Copacabana, algo que continuamente me fascina, é e foi ótimo, mas nada se compara, ainda mais para um leitor como eu, à aventura que esta tarefa de mostrar a BN para você, leitor: eu estive bem perto daqueles nove milhões de livros que sustentam a nossa História.

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