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Mumford & Sons: o álbum Sigh No More venceu o Brit Awards deste ano | Divulgação
Mumford & Sons: o álbum Sigh No More venceu o Brit Awards deste ano| Foto: Divulgação

Como uma bola de neve rolando ao som de banjo, guitarras e acordeão, a banda britânica Mumford & Sons foi chegando. Debutaram no ano de 2007, em pubs da zona oeste de Londres. Engordavam a cena indie-folk daquela região, da qual fazem parte também artistas interessantes como Noah and the Whale e Johnny Flynn. Com seu próprio dinheiro e mesmo sem ter todos os instrumentos dos quais precisavam, gravaram o EP Love Your Ground, lançado em 2008. O mesmo perrengue se repetiu em 2009, quando chegaram de mãos vazias e com a cabeça cheia de ideias ao estúdio de Markus Dravs – produtor dos ótimos Neon Bible e The Suburbs, dos canadenses do Arcade Fire, e Viva la Vida or Death and All His Friends, dos britânicos do Coldplay. E aí surgiu Sigh No More (Glassnote).

O disco alcançou o primeiro lugar nas categorias folk e independente no ranking da revista Billboard; em 2010, Mumford & Sons foi indicado aos prêmios Grammy de melhor grupo de rock e canção de rock ("Little Lion Man"); e neste ano venceram o British Awards na categoria de melhor álbum britânico. E foi ouvido por Bob Dylan, o rei do folk, que convidou o grupo para uma troca de figurinhas. Então, acredite. Por mais que você não conheça, é bom dar uma chance a Marcus Mumford (voz, guitarra, bateria e mandolim), Ben Lovett (voz, teclados, acordeom e bateria), Winston Marshall (voz, banjo e dobro) e Ted Dwane (voz, contrabaixo, bateria e guitarra).

Sim, todos cantam, apesar de Mumford – cuja voz lembra a de Dave Matthews – dominar a cena. E aí surgem ecos da banda norte-americana Fleet Foxes, principalmente nas harmonias vocais. A marca mais nítida, no entanto, é o cuidado com as composições e o clima meio messiânico do disco.

Em "I Gave You All", os diversos instrumentos surgem aos poucos, discretos. Os arranjos são sempre crescentes, empolgantes, valorizam as melodias vocais e criam algo como uma celebração instantânea. "The Cave", o single, tem uma energia envolvente e demonstra o potencial vocal do grupo em um coro grandioso.

"Winter Winds" se parece muito com o que fazem os norte-americanos do Beirut. A música é baseada em um riff de banjo, e Mumford atinge seu clímax, com a ajuda, sempre, do coro dos outros multiinstrumentistas. "Little Lion Man" é uma música quente, arrebatadora e cheia de palavrões: hors concours.

Outra faceta interessante em Sigh No More é seu diálogo com a literatura. O nome do disco deriva da comédia Muito Barulho por Nada, de Shakespeare, e a faixa-título inclui frases inteiras da peça. As músicas "Timshel" e "Dust Bowl Dance" são baseadas em romances de John Steinbeck e praticamente todo o álbum tem esse tom etéreo e introspectivo. Sigh No More é um ótimo álbum de debute. E vai fazer ainda mais barulho por aí.

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