Nem Tobey Maguire, muito menos Kirsten Dunst. Quem está em alta em Hollywood por causa de "Homem-Aranha 3" é a atriz Bryce Dallas Howard, de 26 anos. Apesar de ter sido protagonista de filmes de dois respeitados diretores - Lars Von Trier (em "Manderlay") e M. Night Shyamalan ( "A vila" e "Dama na água") -, a atriz faz agora um papel com bem menos destaque. Mesmo assim, lá esta ela em primeiro no ranking "Starmeter", do site IMDB.com, uma espécie de medidor de estrelato do showbusiness.
Bryce é Gwen Stacy, a apaixonada colega de faculdade de Peter Parker na terceira parte da franquia "Homem-Aranha". Quem acompanha o herói aracnídeo pelas histórias em quadrinhos sabe a importância da personagem na trama. Originalmente ela é o grande amor do fotógrafo, que acaba morrendo tragicamente: Stacy é jogada da Ponte do Brooklyn pelo Duende Verde, ao tentar salvá-la com a teia, o herói provoca a morte da amada quebrando seu pescoço. No filme, a relação entre Stacy e Parker é bem diferente. Ela é a ponta do triângulo amoroso formado por Mary Jane e não tem o mesmo fim trágico.
Como a lourinha Stacy, a atriz - naturalmente ruivíssima - está vivendo o oposto daquilo que buscou em toda sua carreira. Filha do diretor Ron Howard ("O código Da Vinci" e "Uma mente brilhante"), ela cresceu longe da influência do pai e sempre tentou fugir dos holofotes. Quis o destino que o talento falasse mais alto.
Aos 17 anos, foi aceita na escola de artes da Universidade de Nova York matriculando-se apenas como Bryce Dallas. O nome do meio, aliás, vem pelo fato de ter nascido na cidade do Texas. Já, desde a concepção, os próprios pais queriam a filha - e mais seus três irmãos - longe do burburinho do showbusiness. E ela cresceu longe do acesso à TV, apesar de na família ainda ter outros parentes famosos, como o tio ator Clint Howard, os avós também atores Rance Howard e Jean Speegle Howard, e a mãe e atriz Cheryl Howard.
Tornou-se uma das estudantes mais promissoras da escola, onde descobriu o existencialismo e devorou livros de Albert Camus e Jean-Paul Sartre. Só num curso de verão ao lado da amiga Natalie Portaman ("Guerra nas estrelas" e "Closer") descobriu a vontade de ser atriz.
Após quatro anos na faculdade de artes, recebeu elogios em montagens teatrais de Molière, Bernard Shaw, William Shakespeare e Anton Chekhov. Estourou no palco com "As you like it" chamando a atenção de M. Night Shyamalan. Já badalado após o sucesso de "O sexto sentido", o diretor a convidou para ser protagonista de "A vila" (2004) sem fazer teste de elenco. Curioso é que na fila para o papel estava Kirsten Dunst. Seriam elas rivais fora da tela também? A atriz acabou encantando como Ivy Walker, a jovem cega com uma sabedoria além de sua idade.
Logo atraiu os olhares de outro respeitado diretor. Lars von Trier procurava a substituta de Nicole Kidman para a sequência de "Dogville". Lá foi ela para o exigente papel de "Manderlay", uma jovem descobrindo uma cidade sulista ainda sob os horrores da escravidão.
No ano seguinte lá estava ela como a ninfa do malfadado "A dama na água", também de Shyamalan. Nada que abalasse a ruivinha, que não pestanejou ao aceitar o papel secundário de "Homem-Aranha 3".
Não esquecendo a paixão pelo teatro, ela agora se prepara para interpretar uma personagem esquecida do dramaturgo Tennessee Williams no texto "The loss of a teardrop diamond". Ela será Fisher Willow (papel anteriormente oferecido a Lindsay Lohan), uma garota entediada com a visão limitada dos habitantes de Memphis, que se diverte chocando a todos.
E como não dá para resistir muito à ligação sangüínea, ela está cotada para protagonizar o próximo filme de seu pai, "The look of real". Trata-se da história de um grupo de jovens mulheres que labutam em uma indústria de vestuário.
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