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"A Editora Positivo informa que está tomando as medidas judiciais cabíveis para proteger os direitos de propriedade intelectual da marca Aurélio, uma instituição da cultura brasileira", diz a nota divulgada ontem pela assessoria da Posigraf, em resposta à recusa da Editora do Bispo de retirar de circulação e cessar a divulgação do Aurélia – A Dicionária da Língua Afiada.

O episódio que, a essa altura, já desgasta a imagem de um dos maiores patrimônios da cultura nacional, deve dar início a uma disputa judicial para a alegria dos autores Victor Ângelo, codinome de Ângelo Vip, e Fred Lib. Eles garantem que o título do dicionário que compila termos comuns ao universo gay foi uma "homenagem" a Aurélio Buarque de Holanda, educadamente recusada pela família do lingüista.

Lançado há duas semanas, o Aurélia brinca com o hábito gay de tornar femininas palavras masculinas – daí "dicionária". O livro reúne verbetes como picumã (peruca, cabeleira, cabelo) e bafo (referente a algo ou alguém que causou alguma coisa), e deve se beneficiar de toda a mídia que o processo judicial pode render.

O estopim da história, com o envio de uma nota extraoficial dos herdeiros de Buarque de Holanda para a Editora Bispo, foi divulgada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, ocasião em que José Pinheiro, um dos proprietários da Bispo, disse estar baseado nas leis dos direitos autorais, segundo as quais "são livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra original nem lhe impliquem descrédito". De qualquer forma, a queda-de-braço apenas começou.

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