• Carregando...

Os dois eram belgas, os dois colaboraram com a imprensa nazista, e agora, o crítico desconstrucionista Paul de Man e o desenhista em quadrinhos Hergé foram reunidos em um novo livro do artista e escritor Tom McCarthy sobre Tintim, o mais famoso personagem dos quadrinhos nascido na Bélgica.

Em "Tintin and the broken metaphore", McCarthy, que já havia escrito "Tintin and the secret of literature", aplica os raciocínios da teoria desconstrucionista, divulgada por de Man nos Estados Unidos, para analisar as histórias em quadrinhos de Tintin, criado por Hergé.

O resultado é no mínimo engraçado, de acordo com a crítica publicada na edição deste fim de semana da "The Economist": a interpretação desconstrucionista de McCarthy leva à conclusão, por exemplo, de que, na aventura "Tintin e as jóias de Castafiore", a esmeralda da cantora lírica Bianca Castafiore, que costuma azucrinar os ouvidos do capitão Haddock com seus trinados, é na verdade... seu clitóris.

"Ela se senta sobre ele. É difícil de achar, fácil de perder novamente na moita (...) dá a ela prazer a e encoraja a dar aos homens mais prazer ainda", argumenta McCarthy, em um trecho destacado pela revista.

Outra surpresa: no livro, McCarthy informa que "Tintin na África", uma aventura claramente preconceituosa, em que os negros são retratados como atrasados e preguiçosos, é muito popular naquele continente. A crítica da "Economist" é simpática ao livro, lembrando que "as melhores paródias são tão boas que o leitor nunca está totalmente certo de que o autor está brincando ou não".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]