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A exposição, em cartaz na programação da Bienal de Design, reúne peças que suscitam a memória afetiva dos visitantes | Daniel Sorrentino/Divulgação
A exposição, em cartaz na programação da Bienal de Design, reúne peças que suscitam a memória afetiva dos visitantes| Foto: Daniel Sorrentino/Divulgação

Tente voltar no tempo e resgatar suas memórias escolares mais remotas. Procure lembrar da visão do colega da frente e do que estava escrito no encosto da carteira ou cadeira em que ele sentava todos os dias. A imagem pode estar um tanto apagada agora, mas o que você via, muito possivelmente, era um símbolo redondo, com um losango no meio e os dizeres: Móveis Cimo Curitiba.

Visitar a mostra Memória da Indústria: O Caso Cimo (veja o serviço completo da exposição), que integra a programação da Bienal Brasileira de Design, iniciada na última terça-feira (14), é uma verdadeira viagem no tempo. Lá estão as tais carteiras escolares, produzidas em larga escala a partir da década de 1940, por essa, que já foi a maior indústria moveleira do país e que já contou com uma sede em Curitiba.

Com curadoria da designer paulistana Angélica Santi, a exposição conta com fotos de época, catálogos, documentos importantes e 40 peças originais de mobiliário, alguns dos quais, com certeza, fazem parte de sua memória afetiva, assim como pertencem às de Angélica e às da repórter que escreve essa matéria.

"Fui movida por duas escolhas. A primeira delas foi profissional, pois estudei o tema Indústria Mobiliária Brasileira no Início do Século 20 na minha dissertação de mestrado, e a Móveis Cimo S.A. é o maior exemplo de indústria moveleira no país. A segunda foi afetiva e deve-se a um tio meu, que era dentista. Lembro-me de ir ao con­­­­sultório dele, todo decorado com móveis Cimo e achá-los lindos."

Designer de mobiliário desde 1968 e fundadora da Oficina Arte Design, na qual atua até hoje, Angélica partiu de uma longa pesquisa que incluiu visitas a Rio Negrinho, Santa Catarina, cidade natal da Móveis Cimo S.A.. Lá, contou com a contribuição de ex-operários da empresa, familiares dos fundadores e do museu da cidade, que, ao lado da loja Desmobília, cederam peças valiosas presentes na exposição. Tesouros de um passado coletivo, que vale a pena ser desenterrado.

» Confira a programação completa da Bienal Brasileira de Design

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