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Banda surgiu no bairro italiano do Bixiga, em São Paulo | Ariel Martini/ Divulgação
Banda surgiu no bairro italiano do Bixiga, em São Paulo| Foto: Ariel Martini/ Divulgação

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Bixiga 70

Jokers (R. São Francisco, 164). Dia 23 às 22h. R$ 20 (1.º lote) e R$ 30 (2.º lote).

Quando do lançamento do primeiro disco, em 2011, o Bixiga 70 fazia as vezes de esponja: absorvia afrobeats e latinidades e também regravava pérolas certeiras daquela outra MPB – a música perdida do Brasil – como "Desengano da Vista", do mítico Pedro Santos. Então, com altas doses de groove e suingue, criava sua história nos palcos. No segundo disco, de 2013, a pesquisa persistiu: regravaram "Deixa a Gira Girá" – ponto de candomblé adaptado pelo trio baiano Os Tincoãs, em 1973. O show que levam ao Jokers nesta quinta-feira, entretanto, reflete o momento mais autoral do supergrupo paulista. "Bebemos nas fontes e voltamos, para respeitar as idiossincrasias de cada um", diz o trompetista Daniel Gralha.

Foi nessa onda que surgiu "Ventania", faixa que estará presente no novo disco da banda, a ser lançado em março de 2015. "Essa música alcançou rapidamente um resultado satisfatório e por isso resolvemos colocá-la no palco", diz Gralha. A nova faixa segue a toada do último disco: afrobrasilidades com roupagem urbana contemporânea.

São dez os músicos do Bixiga 70, que assumem baixo, guitarra, bateria, percussão, teclados, sax tenor, sax barítono, flautim, trombone e trompete. Apesar da quase catarse sonora no palco, nas entrelinhas tudo é bem afinado. "Não nos encontramos para conversar a respeito do que vai ser o show. Nós conversamos enquanto tocamos. A música já está presente, só vamos mudando o centro de gravidade do que planejamos construir", conta o trompetista.

Terceira idade?

Felizmente, diz Gralha, o público do Bixiga 70 é "aquele que gosta de música", que está aberto a experimentar outras sonoridades. Houve uma cena curiosa num show recente: uma senhora, talvez desavisada, colocou as mãos nos ouvidos após os primeiros acordes. "Nós somos dez músicos no palco com vontade de tocar. E tocamos muito alto", denuncia Gralha. A senhora, pois, depois do show, aplaudiu a banda de pé, entusiasmada.

Ao mesmo tempo em que é 100% independente, a Bixiga 70 tem um trânsito internacional intenso, seja com apresentações em festivais ou em festas, na versão "escolha do DJ." Em junho, o grupo fez sua 3.ª turnê europeia, com passagens por Berlim e Paris; se apresentou no conceituado festival Mawazine, no Marrocos; e em janeiro viaja a Nova York.

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