• Carregando...
O vocalista Dalmon Albarn e o baixista Alex James: em seu retorno à ativa, Blur fez show para 100 mil fãs no Hyde Park, em Londres | Fotos: Divulgação
O vocalista Dalmon Albarn e o baixista Alex James: em seu retorno à ativa, Blur fez show para 100 mil fãs no Hyde Park, em Londres| Foto: Fotos: Divulgação
  • Disco duplo traz 25 músicas. Show incluiu os maiores hits da banda
  • Confira as músicas presentes no disco

"Bléééééin..." Depois de aplausos entusiasmados e gritos histéricos e crescentes de 100 mil pessoas, soa em ré maior a guitarra de Graham Coxon. Com "She’s So High", música presente em Leisure (1991), primeiro disco de estúdio do Blur, o quarteto abre o show que realizou nos dias 2 e 3 de julho de 2009 no Hyde Park, em Londres. O disco duplo All the People – Blur Live at Hyde Park, lançado no Brasil pela EMI, traz as 25 músicas do espetáculo e serve como entrada para um caminho que nos leva direto aos anos 1990.

Separados por seis anos, no reencontro com o público o Blur soa vivo, enérgico. No repertório, pinceladas de diversos álbuns, com os maiores hits incluídos. O hino indie "Girls and Boys" (de Parklife) aparece já na segunda faixa e vira uma música cineticamente potente – Damon Albarn canta raivoso, enquanto a multidão faz o coro de apoio. Do álbum de estreia também foram pescados "There’s No Other Way", enquanto de Think Tank (2003), último e irregular disco do Blur, já gravado sem a guitarra de Graham Coxon, foi incluída apenas "Out of Time". Mas, depois de seis anos de ausência, é natural que músicas mais antigas sobressaíssem no repertório.

Aí surgem "Badhead", também de Parklife, e seus metais vaudevilleanos; "Beetlebum", em que a desafinação de Albarn no começo da música é eclipsada pela beleza do refrão cantado por milhares de vozes; "Coffee & TV", aquela conhecida pelo clipe da caixinha de leite, executada com leveza e bom humor; e a belíssima "Tender" (de 13), que perde seu tom etéreo ao se desfazer do coro gospel no refrão, mas ganha em vivacidade e improviso ao ser iniciada de maneira "errada" com as vozes ansiosas do público sob o arpejo inicial dedilhado por Coxon. "Oh my baby, oh my baby..."

"End of a Century", "This Is a Low", "For Tomorrow" – em uma versão com metais aguçados – e a arrepiante "The Universal" (do álbum The Great Escape), que encerrou ambas as apresentações, também estão lá. E, ao ouvir o disco, não há como evitar comparações mo­­mentâneas com Oasis, banda que disputou com o Blur o posto de líder da cena britpop, movimento musical que surgiu na Inglaterra nos anos 1990. A rixa era tanta que os dois grupos chegaram a lançar um single no mesmo dia. O Blur acabou se dando melhor, com "Country House", que vendeu mais do que "Roll with It". E, em termos atuais, continua na frente.

Se o Oasis dos irmãos Gallagher sofre, justamente por ser formada pelos irmãos Gallagher, e tem ideias estapafúrdias, como chamar a nova banda – sem Noel – de Oa­­sis 2.0 –, o Blur se reúne para fazer um grande show de retorno. Além disso, os nerds de Londres se deram bem fora da banda. Lembre-se por exemplo do Gorillaz, a banda virtual de Damon Albarn, e os honestos discos-solo de Graham Coxon. Se o reencontro não significa um retorno de fato do Blur, deixa a impressão de que a banda continua indiferentemente competente. GGGG

Serviço:

All the People – Blur Live at Hyde Park. EMI. R$ 39,90.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]