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The Magic Whip nasceu em maio de 2013, quando o Blur teve de suspender uma turnê no Japão. Para passar o tempo, os músicos foram a um estúdio em Hong Kong e fizeram algumas gravações. | Dave J Hogan/Divulgação
The Magic Whip nasceu em maio de 2013, quando o Blur teve de suspender uma turnê no Japão. Para passar o tempo, os músicos foram a um estúdio em Hong Kong e fizeram algumas gravações.| Foto: Dave J Hogan/Divulgação

Muita coisa pode acontecer em 12 anos. Casais se formam e se separam, filhos crescem, governos mudam, projetos de vida se concretizam ou se esfacelam.

Para o Blur, banda expoente do britpop, esse é o período que separa The Magic Whip, o disco lançado no último dia 28 de abril, do antecessor, Think Tank (2003).

O hiato aumenta para 16 anos se você considerar que, com a formação original do grupo, o último álbum foi 13, lançado em 1999.

Muita coisa se passou na vida dos integrantes do Blur nesse tempo e parte fica evidente em The Magic Whip.

Enquanto muitas bandas se limitam a passar a carreira se repetindo, chegando a soar como pastiches de si mesmas, Damon Albarn e companhia souberam amadurecer e envelhecer com dignidade.

Após se aventurarem em projetos paralelos, Albarn e o guitarrista Graham Coxon, que não participou de Think Tank, parecem ter conseguido conciliar seus gênios e diferenças musicais em favor de um mesmo rumo.

Longe do Blur, Damon Albarn criou o Gorillaz, banda de desenho animado que fundia eletrônica, rock, hip hop e dub, e comandou o The Good, the Bad and the Queen, parceria com Paul Sinomon, ex-baixista do The Clash.

Disco

The Magic Whip

Novo trabalho do Blur está disponível no serviço de streaming Spotify. Já o CD está à venda por cerca de R$ 35.

Coxon, por sua vez, lançou alguns discos solo em que explorou seu talento como guitarrista e sonoridades mais roqueiras. Diferentes influências que se diluem ao longo do novo álbum.

“Lonesome Street”, a primeira faixa, tem a cara do Blur, com seu balanço à la “Country House”.

Logo em seguida, porém, surge “New World Towers”, faixa melancólica e que dita o ritmo de boa parte do disco. Não uma melancolia vazia, apenas de lamento, mas de exploração de sonoridades, elementos eletrônicos e vocais em diferentes tons.

“I Broadcast” talvez seja a canção que mais se aproxima do Blur das antigas.

O melhor, porém, está em “Go Out” e “There Are Too Many of Us”, que evidenciam o potencial da banda para compor canções grandiosas.

O novo álbum pode frustrar quem se amarrava na energia de “Song 2”, “Girls and Boys” ou “Parklife”, mas tem tudo para agradar ouvidos mais pacientes, dispostos a explorar as fronteiras do pop. São 63 minutos que resumem 25 anos de carreira, 12 anos sabáticos e pouco saudosismo. Assim como alguns dos seus contemporâneos, o Blur também vive do passado, mas sempre apontando para frente.

Veja o clipe de “Go Out”:

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