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Artista se tornou destaque da cena independente brasileira a partir de 2010, com o lançamento do elogiado Efêmera, | Rodrigo Schmidt/Divulgação
Artista se tornou destaque da cena independente brasileira a partir de 2010, com o lançamento do elogiado Efêmera,| Foto: Rodrigo Schmidt/Divulgação

Depois de surgir como revelação da música brasileira em 2010 com Efêmera, um disco“solar” que celebrava suas referências musicais, Tulipa Ruiz conseguiu se manter entre os destaques da cena independente com um segundo álbum mais voltado para o pop rock. O premiado Tudo Tanto, lançado em 2012, era uma espécie de “abandono de referências” – no caso de Tulipa, que incluem desde a Jovem Guarda até a Vanguarda Paulista.

Agora, no recém-lançado Dancê, a cantora paulista faz um caminho de volta para criar um trabalho para “ouvir com o corpo”. Novamente ao lado dos músicos que a acompanham deste o primeiro disco – o irmão Gustavo Ruiz, produtor, guitarrista e parceiro de composições de Tulipa, e o pai, Luiz Chagas (guitarra), além de Marcio Arantes (baixo) e baterista Caio Lopes –, a artista idealizou o novo álbum já com a intenção de fazer um disco dançante. “Contaminei minha banda com essa intenção. Então todo mundo pensou as músicas do disco novo com este movimento da dança”, conta Tulipa, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. “Nos 15 dias em que ficamos em um sítio, a gente fez muita música, mas ouvia muita música também, cada um colocando um som que curtia. Foi um disco de intercâmbio de referências”, diz.

CD

Dancê

Tulipa Ruiz. Pomello Distribuições/Natura Musical. Preço médio: R$ 30.

O resultado é uma sonoridade pop recheada de arranjos de metais, com elementos da disco music, mas que também passa pelo toque caribenho da bossa de João Donato (em “Tafetá”, faixa que tem participação do artista e por ecos do Pará (em “Virou”, com participações de Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro).

“Acho engraçados os lugares para onde te leva o disco. Você vai para uma dança caribenha, aí vai dançar um bolero, depois dá um passo de lambada. Em ‘Algo Maior’, com o [grupo paulistano] Metá Metá, vai para uma onda mais Pina Bausch”, explica Tulipa. “Acho que é um disco que vai de Carlinhos de Jesus até Pina Bausch”, brinca.

Danças

Sempre em parceria com Gustavo Ruiz, Tulipa fez canções para acompanhar este movimento – de músicas de identificação rápida, como “Físico” e “Prumo”, a temas mais densos como em “Old Boy”, que fala sobre a morte, e “Elixir”, que pede silêncio “em um momento ruidoso da vida contemporânea”.

“Eu queria estimular diversas danças. Acho que o exercício da dança, foi pensando tanto ritmicamente quanto as temáticas. Elas foram pensadas para levar a esses lugares de estímulo e de impulso”, analisa Tulipa. “O dançante que pensei para esse disco não é exatamente o que faz você pensar em pista, em festa. É no sentido de ouvir com o corpo, num primeiro momento, para depois refletir sobre ele. É pensar na dança no sentido de celebração, celebrar a música com o corpo.”

A turnê de Dancê chega a Curitiba em 11 de setembro, no Vanilla Music Hall.

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