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Cena do filme "Perfume - A História de Um Assassino" | Divulgação/Paris Filmes
Cena do filme "Perfume - A História de Um Assassino"| Foto: Divulgação/Paris Filmes

Se você ainda não conhece Borat, precisa ir urgentemente ao cinema. O hilário personagem criado pelo inglês Sacha Baron Cohen é o astro de Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Visita a América, uma das melhores e mais originais comédias realizadas nos últimos anos e que estréia hoje nos cinemas do Brasil. O filme valeu a Cohen o Globo de Ouro de melhor ator de comédia e uma indicação ao Oscar de roteiro adaptado – devido a uma regra técnica da Academia, pois, apesar de ser uma história original, o texto foi baseado em um personagem já existente.

Inicialmente, Cohen era mais conhecido por Ali G, um rapper cheio de marra, personagem principal de um show televisivo na Inglaterra. No mesmo programa, o comediante ainda encarnava Borat e também Brüno, repórter gay de moda que inferniza a vida de celebridades reais da área – o personagem deverá ganhar um filme em breve.

Até então quase um desconhecido do público americano, Borat foi usado pelo inglês para brincar com os EUA (que ele chama hilariamente de "US and A") e os americanos. Dizendo ser do Cazaquistão, Cohen/Borat viaja pela América para fazer um (falso) documentário sobre a cultura do país. O resultado é uma série impagável de situações, em que o personagem confronta incrédulos americanos com costumes e atitudes nada ortodoxas ao mundo ocidental – a principal seqüência é uma inacreditável briga de Borat com seu produtor Azamat Bagatov (vivido por Ken Davitian), com os dois nus fazendo estripulias inimagináveis.

As piadas sobre judeus são um caso a parte no filme, mas antes que alguém acuse Cohen de anti-semita, vale dizer que ele é judeu praticante, observador de todas as datas e ritos da religião – ou seja, sabe muito bem do que está falando ao expor com humor muito ácido os preconceitos contra judeus. Com a maior cara-de-pau do mundo, Sacha vai dando corda para que as pessoas também liberem todos os seus outros preconceitos e hipocrisias. Pensando estar sendo entrevistados por repórter de um país distante, com trejeitos estranhos ou exóticos, muitos se abrem e revelam pensamentos que nunca diriam publicamente ou mesmo para pessoas mais próximas.

Os depoimentos são engraçados e ao mesmo tempo um tanto assustadores: o diretor de um rodeio aconselha Borat a tirar o bigode para não ser confundido com um "maldito árabe terrorista" e diz ser a favor de eliminar os homossexuais dos EUA; no mesmo evento, Borat defende Bush no Iraque, afirmando torcer para que o presidente americanos varra da face da Terra os árabes, no que é muito aplaudido pelo público; um grupo de rapazes que dá carona a Borat se queixa das minorias ("o mundo é dominado por elas") e mostra um pensamento bem misógino; e por aí vai.

Todos assinaram a autorização que liberava sua participação no filme, mas não leram bem as famosas letrinhas pequenas, que indicavam como os depoimentos seriam usados. O resultado é um número sem fim de processos contra a produção e o comediante – quem foi exposto ao ridículo ainda viu o filme arrecadar quase US$ 130 mi-lhões nas bilheterias dos EUA. Ou seja, além de tirar a maior onda, Sacha Cohen ainda ganhou muito dinheiro. Como diria o próprio Borat, "Niiiiiice". GGGG

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