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Pavilhão brasileiro é todo em papelão e muito colorido | Ralph Orlowski/Reuters
Pavilhão brasileiro é todo em papelão e muito colorido| Foto: Ralph Orlowski/Reuters

Não são apenas flores a participação do Brasil como convidado de honra da Feira de Frankfurt, que abre hoje ao público na cidade alemã. Em seu discurso, durante a abertura realizada ontem, o escritor Luiz Ruffato enumerou os problemas nacionais, a partir da dizimação de índios pelos portugueses.

Os outros convidados a discursar na abertura foram Ana Maria Machado e o vice-presidente Michel Temer.

O slogan "Um país cheio de vozes", adotado pelo Brasil, se confirmou por acontecimentos ocorridos antes do início desse que é o maior evento editorial do mundo. Debates têm dado o que falar na Alemanha. Em entrevista a um jornal do país, o escritor Paulo Lins comentou a polêmica sobre um possível racismo na seleção dos autores levados ao evento pelo governo brasileiro. "Sou o único negro da lista. Como não seria racismo?", disse. A desistência de Paulo Coelho de participar do evento pela falta de "escritores profissionais" na delegação brasileira rendeu piadas entre outros selecionados, que tentavam decifrar o que seria um escritor profissional. Em debate, o escritor Sérgio Sant’Anna brincou que Coelho ficaria deslocado entre os colegas se fosse a Frankfurt.

Houve ainda a entrega de um abaixo-assinado por parte da delegação brasileira à ministra Marta Suplicy apoiando a greve de professores no Rio de Janeiro.

Estética

Em meio a tantas vozes, o Ministério da Cultura surpreendeu ao apresentar seu pavilhão oficial, de 2.500 metros quadrados, todo em papelão. Para garantir que as atenções se voltem para a literatura brasileira, já que o país é o homenageado, os ministérios da Cultura e das Relações Exteriores estão investindo R$ 18,5 milhões.

O país bancou ainda o envio de 70 escritores para a Alemanha, entre eles, o catarinense radicado em Curitiba Cristovão Tezza e a poeta Alice Ruiz. O cineasta Sylvio Back teve seu filme Lost Zweig selecionado para a mostra brasileira que ocorre até dia 30, com clássicos como Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos e Terra em Transe, de Glauber Rocha, e contemporâneos como O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho.

O espaço da feira equivale a 14 campos de futebol, por onde um público de 300 mil profissionais do mercado editorial circulará entre 7,5 mil expositores de 110 países. Com enfoque estritamente comercial, o evento atrai editoras de todo o mundo para comercializar direitos de publicação de seus livros em outros países. A partir de 2011, quando foi anunciada a homenagem ao Brasil na feira, mais de 200 títulos brasileiros, entre lançamentos e reimpressões, foram traduzidos para o alemão.

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