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Em alta no mundo inteiro, a animação dá mostras de força também no Brasil. Com as estréias do longa paranaense "BRichos" (veja trailer), de "Turma da Mônica – uma aventura no tempo" (veja trailer) e de "Garoto cósmico", todas em 2007, o país tem o maior número de desenhos animados lançados em um mesmo ano.

"BRichos", já em cartaz, é o primeiro da safra. Criado pelo curitibano Paulo Munhoz, o longa é protagonizado, como o título entrega, por animais da fauna brasileira, como onças, tamanduás, jacarés e quatis. Feito no tradicional estilo 2D (duas dimensões), o filme é protagonizado por Tales, uma onça adolescente fã de esportes radicais e videogames. Sua turma ainda é composta por um Bandeira, Jairzinho e Dumontzinho, respectivamente um tamanduá-bandeira, um quati e um joão-de-barro. "Apesar de termos uma fauna exuberante, os brasileiros lembram mais de tigres, elefantes e leões", diz Munhoz. Daí surgiu a idéia de criar personagens genuinamente nacionais, desenhados com a ajuda do diretor de arte Antônio Éder.

O "boom" na produção de animações nacionais não quer dizer, no entanto, que seja fácil criar um desenho animado de longa metragem no país. "Este acabou sendo o primeiro filme da maioria dos animadores, que sequer tinham feito um curta. Às vezes eu brincava que a gente levantava vôo e construía a aeronave ao mesmo tempo". O que ajudou, segundo Munhoz, foi que os animadores tinham o traço adequado para desenho animado e pegaram a mecânica da produção rapidamente.

Mas, passadas as primeiras dificuldades, vai se formando aos poucos uma indústria local com profissionais especializados. "Hoje eu tenho um time muito bom. Depois de 'BRichos' fizemos um curta chamado ‘Curitiba’ e ficou em um nível bem alto".

"Matrix" e "Submarino amarelo"

Com um orçamento de quase R$ 2 milhões, "Garoto cósmico" conta até com uma pequena seqüência feita em 3D (três dimensões), como as grandes produções dos estúdios norte-americanos. Mas filmes inteiros em 3D, com qualidade parecida com as animações da Pixar, como "Toy story" ou "Carros", que custam cem vezes mais, ainda estão longe de se tornar realidade. "Ainda não existe uma tradição de animação no cinema brasileiro", lamenta Alê Abreu, diretor do filme.

"Garoto cósmico" até possui algumas características das milionárias produções estrangeiras, como a presença de atores e cantores famosos dublando os personagens. Participaram do filme Raul Cortez (foi seu último trabalho no cinema, fazendo o personagem Giramundos), além dos cantores Belchior (Záz-Tráz) e Vanessa da Mata (Bailarina). Wellington Nogueira, criador do grupo Doutores da Alegria, faz o palhaço Já-Já.

Apesar de voltado para o público infantil, "Garoto Cósmico" faz referências a obras como "1984", de George Orwell, e "Pé na estrada", de Jack Kerouac, além de filmes como "Matrix" e "Submarino amarelo". O desenho mostra a aventura dos garotos Cósmico, Luna e Maninho, que escapam de um planeta onde tudo é controlado e acabam encontrando Giramundos, que viaja com seu circo. Para viver em liberdade, eles têm que enfrentar Massaroca, um monstro que se alimenta de coisas chatas.

"Quando eu terminei, fiquei muito satisfeito com o resultado. Era exatamente o filme que eu queria ter feito. Não teve aquela coisa de não fazer por que faltou grana. Quando precisou a gente foi atrás. A gente foi até o final com tudo de melhor que conseguimos". O próximo desafio é "fazer o filme acontecer", nas palavras do diretor. Ainda não há data de lançamento definida, mas a idéia é lançar até dezembro, depois do desenho participar de vários festivais no Brasil e no exterior.

Para completar o time, estréia no dia 16 de fevereiro o longa "Uma aventura no tempo", com a Turma da Mônica. Também em 2D, mas feito com computadores, o filme vai mostrar Mônica e companhia viajando no tempo graças a uma invenção de Franjinha.

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