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Respostas comentadas do simuladinho de Matemática| Foto:

Os atores Eva Wilma e Othon Bastos estão casados pela terceira vez. Em cena, é claro. E com o consentimento da esposa de Othon, brinca a atriz, viúva do ator Carlos Zara.

A primeira vez que os dois foram marido e mulher de "mentirinha" foi em 1972, na peça Pequenos Assassinatos, de Jules Feiffer. A segunda foi na telinha, na novela Roda de Fogo, exibida pela TV Tupi, em 1978.

Desde maio, eles voltaram a ficar juntos em outro espetáculo que, como em Pequenos Assassinatos, trata a morte de forma "engraçada". É a segunda montagem brasileira de O Manifesto, do autor inglês Brian Clark, que termina temporada de um mês em São Paulo esta semana e inicia turnê pelo país em Curitiba, entre os dias 20 e 22 de julho, no Teatro Fernanda Montenegro.

A primeira montagem da peça no Brasil foi feita há 20 anos. Beatriz Segall fazia as vezes da esposa progressista e, o marido, um general de direita, era o ator Cláudio Côrrea e Castro (morto em 2005). "Infelizmente, não pude ver a peça naquela época", diz Eva Wilma, em entrevista ao Caderno G.

E nem foi preciso, visto que o produtor e idealizador do projeto, Marcelo Sebá, que foi assistente de produção da primeira montagem, optou por algumas novidades para comemorar seus 20 anos de carreira.

Ele pediu ao autor inglês que atualizasse o contexto político do texto. Por isso, a Bomba de Hiroshima deu lugar aos conflitos do Oriente Médio nos dias de hoje. A peça também ganhou mais agilidade. "Trabalhamos em oito mãos para fazer os cortes necessários e reduzimos em quase uma hora a peça, que originalmente tem mais de duas horas", conta Eva Wilma.

Sob direção de Flavio Marinho, que traduziu o espetáculo em 1987, a atriz interpreta Lady Margareth Milne, uma doce senhora de idéias lúcidas e progressistas. Othon Bastos é o general Edward Milne, um autêntico sir inglês que vive sua vida de acordo com o rigor militar. Os dois estão casados há 50 anos, tem "quatro filhos, sete netos e vão ter o primeiro bisneto", como descreve Wilma. Eles iniciam um duelo doméstico depois que o general descobre que a esposa assinou um manifesto contra a intervenção dos Estados Unidos no Iraque.

Apesar das discordâncias ideológicas – a questão política é apenas um pretexto para a discussão sobre a vida conjugal –, a cumplicidade do casal é indissolúvel. Nem mesmo a morte será capaz de romper este vínculo. Aliás, o tema mórbido, tratado com humor implacável, é uma das características da obra de Clark (veja texto nesta página). "Os ingleses sabem escrever humor de forma incomparável. A morte é tratada com ironia e inteligência e a reação do público são as gargalhadas", diz a atriz.

O diretor Flavio Marinho, que já dirigiu Eva Wilma nos espetáculos Love Letters, entre 1991 e 1993, e Um Dia das Mães, de 1999 a 2000, explica que, ao traduzir o texto, quis possibilitar uma montagem que "fala" português sem perder o "aroma" inglês. "A idéia é acionar os recursos teatrais disponíveis como o som, o cenário requintadamente aconchegante de Edward Monteiro, os figurinos de bom gosto de Walter Rodrigues e a luz outonal de Paulo César Medeiros. Vamos mergulhar, sem pudores, no melodrama proposto por Brian Clark, criando o envolvimento emocional adequado, sem jamais perder de vista a delicadeza ou a elegância, seja ela inglesa ou brasileira", conta.

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Serviço: O Manifesto. Teatro Fernanda Montenegro (R. Cel. Dulcídio, 517 – Shopping Novo Batel), (41) 3224-4986. Dias 20 e 21, às 21 horas, e dia 22, às 19 horas. Ingressos a R$ 40 (até o dia 19), R$ 60 (após o dia 20) e R$30 (meia). Os valores podem sofrer alterações. Desconto de 50% para assinantes na compra de até dois ingressos (não-cumulativo com a meia-entrada).

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