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Cachaçaria no bairro paulistano do Itaim Bibi: imagens que lançam mão do contraste entre luzes e sombras | Araquém Alcântara/ Reprodução
Cachaçaria no bairro paulistano do Itaim Bibi: imagens que lançam mão do contraste entre luzes e sombras| Foto: Araquém Alcântara/ Reprodução
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Serviço

- Cachaça, de Araquém Alcântara e Manoel Beato.

- Editora TerraBrasil, 157 páginas, R$ 120.

- Fotografia.

A surpresa começa logo no prefácio do livro Cachaça, do fotógrafo Araquém Alcântara e com textos de Manoel Beato. A obra é apresentada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que não gosta de bebidas alcoólicas – "exceto um bom vinho, que entretanto sorvo pouco e devagar". Sua relação com a cachaça, diz, é sociológica, não só por ser a mais genuína bebida brasileira como por sua longa história, que começa por volta de 1532, quando Martin Afonso trouxe a cana para ser plantada em terras brasileiras.

Decidido a traçar o mapa da caninha pelo Brasil, Araquém visitou desde a meca da cachaça, Salinas, no interior de Minas Gerais, a uns passos do grande sertão no Vale do Jequitinhonha, até os alambiques de Paraty, no litoral fluminense. Para Beato, a bebida deve ser tratada como se degusta destilados a exemplo do uísque e o conhaque, apreciando-se as mudanças cromáticas garantidas pelo tempo de armazenamento.

O sommelier traça a correspondência entre os aromas da cachaça (florais, herbáceos, minerais) e os perfumes, mostrando como as madeiras dos barris (ipê, jequitibá, angico, grápia, carvalho) interferem na cor e no resultado final da bebida.

Imagens

Araquém trabalha a luz em composições que elegem não só a bebida como também seu modo de produção e as pessoas cujas vidas giram em torno do cultivo da cana-de-açúcar. São fotos em que predomina a técnica de chiaroscuro de Caravaggio, a começar pela capa, que mostra um beberrão com uma garrafa tentando se equilibrar numa rua escura.

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