• Carregando...
Caetano misturou antigas canções com o disco "Abraçaço"; hits ficaram para o bis | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Caetano misturou antigas canções com o disco "Abraçaço"; hits ficaram para o bis| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Veja o set list do show

A Bossa Nova é Foda

Lindeza

Quando O Galo Cantou

Abraçaço

Parabéns

Homem

Um Comunista

Triste Bahia

Estou triste

Odeio

Escapulário

Funk Melódico

Alguém Cantando

Quero ser Justo

Eclipse Oculto

Mãe

De Noite na Cama

O Império da Lei

Reconvexo

Você não entende nada

Bis

Um Índio

A Luz de Tieta

Outro

Em contraste com os shows em que Caetano Veloso fala muito e apresenta sucessos ao violão – imagem eternizada pelo hit "Sozinho", uma das canções usadas para anunciar seu show em Curitiba, não se sabe se por desinformação da produção local –, a dinâmica cuidadosamente construída de Abraçaço, apresentado na quinta-feira (11), no Teatro Positivo, abriu poucas brechas para fala.

Caetano entrou no palco já empunhando o violão pouco após as 21h30, sem pompa, junto da bandaCê, e abriu o espetáculo com "A Bossa Nova é Foda". A acolhida da plateia, que encheu o teatro, foi calorosa; o coro no refrão, tímido.

A bossa-novística "Lindeza" (Circuladô, 1991), mais familiar a quem -- justificadamente desavisado --, esperava por um show "em comemoração aos 70 anos", foi harmoniosamente seguida por "Quando O Galo Cantou".

Já durante a ótima "Abraçaço", Caetano encontrou uma plateia ainda um tanto fria e foi buscá-la. O cantor se aproximou, brincou, correu e perdeu a entrada na volta dos versos após o solo de guitarra (talvez devido ao enorme espaço vazio que tinha de atravessar da borda até o fundo até do palco, onde o show foi montado).

Só então, após encenar o "abraçaço" com a bandaCê, responsável pela sonoridade indie rock que Caetano imprimiu a seus últimos três discos, o baiano saudou os curitibanos. Apresentou Pedro Sá (guitarras), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado (bateria e percussão): "Essa é a bandaCê, felizmente, tocando em Curitiba", disse, dedicando a canção seguinte -- a enérgica "Parabéns" – a quem quer que estivesse fazendo aniversário no Positivo.

Seguiram-se as ótimas performances de "Homem", que Caetano terminou estatelado no chão, e de "Um Comunista". "Triste Bahia", colagem poética do cultuado álbum Transa (1972), fez par com a singela e dilacerante "Estou Triste" – uma das grandes interpretações de Caetano no show.

A sequência "Odeio" (do disco Cê, 2006), "Escapulário" (Jóia, 1975) e "Funk Melódico", que ganhou uma dança caricatural do cantor e um solo hipnótico de Pedro Sá, voltaram a acelerar o ritmo do show.

"Alguém Cantando" (Bicho, 1977) serviu de respiro, seguida por "Quero Ser Justo". O hit "Eclipse Oculto" mudou a paisagem do show, que seguiu com a bela "Mãe" e um arranjo engenhosamente atravessado do clássico "De Noite Na Cama"(gravado por Erasmo Carlos em 1971), em que Caetano arrancou gritos da plateia ao abrir a camisa.

"O Império da Lei" fez a ponte do Norte com a Bahia em "Reconvexo". Caetano saiu do palco com a plateia nas mãos após "Você Não Entende Nada" e, já no bis, voltou com os hits "Um Índio" e "A Luz de Tieta" para encerrar o show, de forma repentina e desconcertante, com "Outro", de Cê (2006).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]