• Carregando...
 | Divulgação
| Foto: Divulgação

Show

Negra Melodia – Zezé Motta

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dias 22 e 23, às 20 horas, e dia 24, às 19 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Sujeito a lotação.

Zezé Motta

Warner Music Brasil. R$ 24,90. MPB.

A cantora e atriz Zezé Motta interpreta canções de Luiz Melodia e Jards Macalé no show de seu disco mais recente, Negra Melodia (2011), de sexta-feira a sábado, no Teatro da Caixa. Os ingressos começam a ser vendidos a partir do meio-dia de hoje, na bilheteria do espaço(confira o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

Todo dedicado às obras dos compositores, o show traz músicas menos conhecidas de Melodia gravadas por Zezé em seu último disco, mas também algumas das interpretações mais conhecidas da cantora.

"No CD, gravei músicas do Melodia com as quais o público não tinha intimidade, e músicas do Macalé que fizeram muito sucesso, mas nos anos 1970. Depois, entraram no show ‘Estácio Holly Estácio’, ‘Magrelinha’ e ‘Dores de Amores’", conta Zezé, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.

Do repertório de Macalé, canções como "Sem Essa" e "Soluços" dão vazão ao lado cênico da cantora. "O público fica impactado porque as letras são muito fortes", explica Zezé.

"A vantagem de ser uma ‘cantriz’ é que eu levo para a cantora a minha experiência de atriz, o meu know-how. Em cada música procuro um personagem", diz a cantora, que define o show como "romântico e emocional", voltado para as pessoas que gostam de Jards, Melodia, da própria Zezé e de boa música.

Muito prazer

Duas das músicas mais pedidas pelo público nos shows são de Melodia – "Magrelinha" e "Dores de Amores". No entanto, Zezé conta que acaba tendo que fazer concessões quando a plateia pede canções como "Muito Prazer", de Rita Lee e Roberto de Carvalho – assim como as duas composições de Melodia, faixa integrante do disco Zezé Motta, de 1978, relançado recentemente pela série Discobertas, da Warner Music, sob direção do pesquisador musical Marcelo Fróes.

"Adorei esse relançamento, porque as pessoas viviam me cobrando uma nova tiragem desse disco. A própria Warner tinha feito uma reedição, mas em quantidade restrita", conta Zezé.

O disco foi gravado no auge de seu sucesso como a Xica da Silva do filme de Carlos Diegues, de 1976. "Xica da Silva é minha madrinha", lembra Zezé. "Com o sucesso, eu dava entrevistas todos os dias, e me perguntavam: ‘depois desse boom, que rumo você vai dar à sua carreira, de uma atriz que só tem feito empregada doméstica em novela e cinema?’ etc. Eu disse: ‘agora eu vou cantar’."

A carreira de cantora, no entanto, não foi tão constante quanto os seus fãs gostariam. "Eu tentei só cantar por um ano, mas fiquei um ano sem dinheiro", lembra Zezé, para quem aliar uma carreira de cantora e atriz é difícil no país. "O Ney [Matogrosso], para chegar aonde chegou, teve que fazer uma opção. Vários outros atores que cantam e representam fizeram uma opção. Acho que eu e a Tânia Alves sofremos um pouco essa discriminação, porque não existe a tradição de ‘cantriz’ no Brasil. Você tem que cantar ou representar."

No entanto, Zezé explica que, se sua discografia foi irregular, as apresentações, não. "Canto todo fim de semana em alguma parte do país ou no exterior", explica Zezé, que dedica boa parte de sua agenda a shows ligados a produções que oferecem ingressos a baixo custo. "Não fico nem um pouco angustiada por receber menos para cantar em um show popular", diz. "E não sou rica, mas vivo muito bem. Porque quando a atriz não está em cena, está a cantora. E sou muito grata a Deus por me dar esses dons, porque se fosse só atriz ia ficar complicado. Ainda mais sendo negra, brasileira e mulher."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]