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Alice Caymmi, neta de Dorival, é uma das cantoras participantes da homenagem ao baiano | Divulgação
Alice Caymmi, neta de Dorival, é uma das cantoras participantes da homenagem ao baiano| Foto: Divulgação

Música

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Quatro jovens cantoras, de estilos bem diferentes, se unem para celebrar a obra de Dorival Caymmi (1914-2008) neste domingo no Teatro Positivo. Será a estreia nacional do show Caymmi em Quatro Cantos, que reúne as cantoras Alice Caymmi, Blubell, Céu e Emanuelle Araújo para uma homenagem ao centenário do compositor baiano.

No espetáculo, as quatro vozes se revezam para percorrer parte do repertório do "buda nagô" em canções que falam da Bahia antiga, do mar, da mitologia sagrada africana e das mulheres, os temas preferidos do compositor.

"A banda soube fazer uma boa releitura e arranjos de muito bom gosto. São músicas difíceis, pois elas são de uma simplicidade absurda. Quanto mais simples e certeiro o compositor, mais difícil a releitura", explica Alice Caymmi.

Para a cantora, que é neta de Dorival, as releituras são uma boa forma de "apresentar a música do Dorival Caymmi para a minha geração". "Até porque, não somos muito nostálgicos, o que é bom. Faz com que a arte ande para frente. Mas reler a obra de um dos pilares da cultura brasileira é muito importante no momento", observa.

Setlist

O repertório de 20 canções é uma amostra do imaginário mágico e poético do autor, e tem grandes clássicos como "O Que É Que a Baiana Tem?", "Maracangalha", "Suíte dos Pescadores", "Saudade da Bahia", "Só Louco" e outras.

Cada uma das cantoras terá um momento solo, além das canções com múltiplas vozes e duetos. Além de Alice, que dá o sotaque familiar às faixas mais pessoais, a paulista Blubell traz referências da música pop e do jazz contemporâneos. A paulistana Céu se concentra nos sambas de Caymmi e a soteropolitana Emanuelle nos temas baianos.

A neta Alice avalia a diversidade de temas da obra do avô e aponta o que acredita ser o auge poético de Caymmi. "A genialidade dele explode na narrativa histórica que criou um imaginário popular, nas canções praieiras, na descrição mítica da Bahia, do mar, do pescador. É o que eu mais gosto de cantar", conta.

"Apesar de que, quando ele fala de amor com aquela simplicidade, também é impressionante. Os sambas, a gente já nasce sabendo, não parece que alguém os criou, parece que eles sempre existiram", afirma.

Ela, que tinha 18 anos quando o avô morreu, lembra de um homem "grandioso no dia a dia". "Um avo amoroso, contador de histórias, com uma memória maravilhosa da Bahia antiga. Ele dizia detalhes das roupas, das casas e também tinha uma paz e uma calma que ninguém mais tinha", recorda.

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