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A experiência de adentrar pela primeira vez a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no centro do Rio de Janeiro, é inesquecível. Mesmo que os detalhes de sua beleza artística e arquitetônica estejam quase todos cobertos por tapumes e andaimes, sem falar dos efeitos causados pela ação do tempo e pelo abandono de décadas. O templo, um dos mais importantes da História do Brasil, foi cenário da coroação de d. João VI, da aclamação de d. Pedro I e d. Pedro II como imperadores e do batismo dos príncipes, entre os quais a princesa Isabel.

É importante lembrar, no entanto, que a igreja, também conhecida como Sé (Catedral do Rio) ou Capela Real, foi um espaço de convivência social da maior importância para o entendimento do que teria sido a Corte nos tempos em que o Rio de Janeiro foi elevado à condição de capital do Reino de Portugal. Encravada no Centro Antigo da cidade, muito próximo ao Paço Imperial, era um ponto de confluência de todo tipo de gente. Segundo o embaixador Alberto Costa e Silva, presidente da comissão organizadora do projeto D. João VI no Rio 1808 – 2008, era comum ver em sua nave central, onde não havia bancos para se sentar, nobres, comerciantes e escravos.

Tesouro escondido

Para a recuperação da Antiga Sé, abriu-se um verdadeiro sítio arqueológico no interior da igreja. Foram encontrados os remanescentes da primeira capela construída no local, que datam do século 16 e foram recentemente descobertos (leia quadro).

O campo de prospecção dos arqueólogos permite ver de perto o piso dessa capela e sua construção básica – calcula-se que, desde a primeira construção, tenham havido entre sete e oito ocupações sucessivas até a atual.

Tem sido encontrado, no decorrer dos trabalhos, material cerâmico, de construção, túmulos e restos mortais de pessoas ilustres que alí foram enterradas – algumas dessas ossadas estão visíveis para quem visita as obras. De acordo com os especialistas, não se sabe exatamente de quem são os esqueletos, se de religiosos ou de integrantes da classe dominante da época.

A recuperação das fachadas e restauro do interior da igreja, bem como as obras de infra-estrutura, são resultado de convênio entre a Prefeitura do Rio de Janeiro, Arquidiocese e Fundação Roberto Marinho, com cooperação técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também participa, prestando consultoria no trabalho de recuperação dos azulejos portugueses da capela, a Fundação Ricardo Espírito Santo, de Portugal.

A reabertura da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no centro do Rio de Janeiro, totalmente restaurada, ocorrerá em 8 de Março, com um espetáculo de som e música na presença de descendentes da Família Real. Segundo a Prefeitura do Rio, a apresentação será mantida como uma forma de incluir a igreja no roteiro turístico-cultural da capital fluminense.

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