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Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba | Divulgação/Grupo Jam
Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba| Foto: Divulgação/Grupo Jam

Obra

Confira abaixo uma lista completa da obra musical do cantor e compositor paraibano Zé Ramalho, que apresenta hoje, às 22 horas, na Hellooch (R. Des. Westphalen, 4.000), o show de seu mais recente álbum, Parceria dos Viajantes, lançado este ano, em comemoração aos 30 anos de carreira.

CDsZé Ramalho (1979) A Peleja do Diabo com o Dono do Céu (1980) A Terceira Lâmina (1981) Força Verde (1982) Orquídea Negra (1983) Por Aquelas Que Foram Bem Amadas (1984)De Gosto, de Água e de Amigos (1985)Opus Visionário (1986)Décimas de um Cantador (1987)Brasil Nordeste (1991)Frevoador (1992)Cidades e Lendas (1996)20 Anos – Antologia Acústica (1997)Eu Sou Todos Nós (1998)16 Sucessos de Zé Ramalho (2000)Nação Nordestina (2000)Zé Ramalho Canta Raul Seixas (2001)O Gosto da Criação (2002)Perfil: Zé Ramalho (2002)Estação Brasil (2003)Zé Ramalho: Box 11 CDs (2003)Zé Ramalho Duetos (2004)Parceria dos Viajantes (2007)

DVDsZé Ramalho Canta Raul Seixas (2002)Zé Ramalho Ao Vivo (2005)

CD+DVDZé Ramalho Canta Raul Seixas (2006)

"Profeta do apocalipse", "místico da MPB", "Bob Dylan do sertão", "Antônio Conselheiro do rock" e "herdeiro de Raul Seixas" são apenas alguns dos incontáveis epítetos atribuídos ao cantor e compositor paraibano Zé Ramalho, ao longo das três décadas de bons serviços prestados à música popular brasileira. Em comemoração ao aniversário de 30 anos de carreira, o músico lançou, há pouco menos de um mês, o vigésimo álbum de sua extensa discografia (leia mais no quadro ao lado), Parceria dos Viajantes, cujo show ele apresenta hoje, às 22 horas, na Hellooch.

E como em toda festa de aniversário, não poderiam faltar convidados especiais que, apesar de não comparecerem à versão curitibana da celebração na noite de hoje, acompanharam Zé Ramalho na realização de Parceria dos Viajantes, cujo repertório de 11 parcerias, devem dar o tom da apresentação de logo mais. Entre os "viajantes" que pegaram carona no universo metafísico e surreal de Ramalho, principal marca da obra do paraibano, estão as vozes de Pitty, Sandra de Sá, Daniela Mercury e Zélia Duncan; as colaborações instrumentais de Paulo Ricardo (ex-RPM), João Barone (Paralamas do Sucesso), das bandas Cidades Negra e Calypso; além das contribuições escritas de Zeca Baleiro, Chico César, Jorge Mautner e Oswaldo Montenegro – time devidamente comandado pelo produtor Robertinho do Recife.

Apesar da variedade de parceiros, o novo disco de Zé Ramalho mantém-se calcado nas raízes dos demais trabalhos do compositor – a fusão de ritmos nordestinos, com pitadas de rock-and-roll e letras de temáticas introspectivas. Por isso, os que ainda tiveram a oportunidade de conferir o mais recente trabalho do paraibano não devem se preocupar: além de não causarem estranheza por pertencerem ao típico universo musical de Zé Ramalho, as canções de Parceria dos Viajantes, devem ser intercaladas a interpretações de grandes hits responsável pela entrada definitiva do músico no mapa da MPB, como "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", "Avohai", "Admirável Gado Novo" "Chão de Giz", "Entre a Serpente e a Estrela", "Mistérios da Meia-Noite", entre outras.

Altos e baixos

Nascido na Paraíba, em 3 de outubro de 1949, na cidade interiorana de Brejo da Cruz, Zé Ramalho travou seu primeiro contato com a música graças à admiração pelos artistas da Jovem Guarda. Tanto que, em meados dos anos 60, quando morava em João Pessoa, foi guitarrista de diversas formações dedicadas ao iê-iê-iê, entre elas o grupo The Gentlemen, que chegou a gravar um disco pela extinta gravadora Rozenblit.

Seguindo um caminho musical bastante natural na época, Zé Ramalho passou da Jovem Guarda ao psicodelismo, fase marcada pelo histórico álbum Paêbiru, gravado em parceria com o cantor e compositor pernambucano Lula Côrtes. Igualmente registrado pela Rozenblit que, reza a lenda, ficava às margens do rio Capiberibe, em Recife, a primeira tiragem do disco duplo teria sido levada por uma enchente. Apenas 300 cópias do álbum teriam sobrevivido e estas ainda hoje são disputadas a tapas e pequenas fortunas por colecionadores em sebos e sites de leiões.

Desiludido com o destino trágico de seu primeiro álbum. Zé Ramalho mudou-se para o Rio de Janeiro em 1976, onde foi acolhido pela gravadora CBS (hoje Sony BMG), graças a um empurrãozinho do amigo Fagner. Após ter as canções "Avohai", "Chão de Giz" e "Vila do Sossego", consagradas na voz da cantora Vanusa, o paraibano lançou seu primeiro trabalho em 1978.

Incorporando elementos psicodélicos ao sotaque nordestino de suas composições, Zé Ramalho lançou trabalhos consistentes até o início dos anos 80, quando viveu um período de ostracismo graças ao vício em cocaína, como o próprio artista viria a admitir publicamente mais tarde. A batalha contra as drogas foi vencida em 1989 e três anos depois o músico voltou a atingir posição de destaque no mercado fonográfico com o disco Frevoador (1992), que trazia a faixa "Entre a Serpente e a Estrela", originalmente gravada para a trilha sonora da novela Pedra Sobre Pedra, exibida no mesmo ano. Graças à outra novela global, desta vez Rei do Gado, a sonoridade de Zé Ramalho passou a ser conhecida por novas gerações através da canção "Admirável Gado Novo", incluída na trama de Benedito Ruy Barbosa para ilustrar a realidade do movimento sem-terra – a trilha sonora é até hoje a recordista da Rede Globo, com 3 milhões de cópias vendidas.

Serviço: Show com Zé Ramalho. Hellooch (R. Des. Westphalen, 4.000). Hoje, às 22 horas. Ingressos a confirmar. Informações pelo telefone (41) 3013-3374.

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