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Forma retangular e fachada vermelha foram ousadas para os padrões curitibanos da época | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Forma retangular e fachada vermelha foram ousadas para os padrões curitibanos da época| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Serviço

Residência Medoro Belotti

Rua Dr. Faivre, 621 – Centro, (41) 9918-4344. Visitação de segunda a sexta-feira, das 13h às 19 horas. Sábado e domingo, das 9h às 19 horas. A entrada é um quilo de alimento não-perecível. Até 1º de junho.

É impossível andar pela Rua Dr. Faivre, no Centro de Curitiba, e não parar alguns minutos para observar uma casa que destoa dos prédios da vizinhança: a construção de arquitetura modernista, de fachada vermelha, no alto de um morrinho, chama a atenção. Projetada em 1953 pelo arquiteto curitibano Lolô Cornelsen, a residência passou anos fechada, chegou a ter partes deterioradas e agora, restaurada, está aberta ao público para visitação até o dia 1º de junho.

A casa, pensada para o casal Nine e Medoro Belotti, era ousada para os padrões da época: exibe forma retangular, janelas em sequência e fachada vermelha. Depois de passar por alguns proprietários e virar uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP), – o que preserva as características originais, mas é mais flexível do que o tombamento –, ela foi comprada, em 2012, por um investidor do interior do estado, que não quer se identificar.

O novo dono manteve ao máximo os elementos originais da casa – o piso de vários cômodos, que tinha sido coberto por um carpete, por exemplo, foi todo restaurado. "Foi um projeto feito há 60 anos, mas poderíamos dizer que ele foi feito no ano passado, de tão contemporâneo que é. O Lolô pensou 60 anos a frente", diz a arquiteta responsável pela obra de restauro, Gabriele Websky Meier.

Logo na entrada, o visitante se depara com um elemento típico da arquitetura moderna: os pilotis corbuseanos. O modelo foi pensado pelo arquiteto francês Le Corbusier e sustentaa a construção. Ainda há as janelas em fita e os vidros amplos na entrada, que também não eram comuns, bem como a escolha das cores vermelha, branca e preta combinadas. "A visão do Le Corbusier era usar sempre as cores primárias. O Lolô e outros arquitetos tinham essa influência, mas ele sempre conta que escolheu as cores por causa do Atlético", conta o paisagista e corresponsável pelo projeto, Hugo Umberto.

Outro elemento que chama atenção até hoje, em uma época de muitos prédios e casas parecidas, é que ela foi feita de acordo com a estatura média dos moradores. Os guarda-roupas, as janelas, tudo está localizado estrategicamente, pensando no conforto do morador.

No jardim, uma parede de cogobós (elementos vazados para dar mais ventilação e luminosidade), está exposta junto com esculturas da artista Elizabeth Titton (há outras duas mostras em cartaz na casa, de Patrícia Azoni e Zélle Bittencourt). Na sala, chama atenção uma champanheira no braço da escada de mármore, ainda da construção original.

Além dos cobogós, um painel geométrico na entrada e pequenos buracos nas portas brancas são alguns elementos decorativos pensados por Lolô. "Mas são sempre leves, que trabalham com texturas diferentes ou linhas", explica Gabriele.

Visitas

O dono concordou com a ideia de manter a casa aberta ao público até alugar o espaço – ainda não se sabe para qual fim ela será destinada. Entretanto, segundo o paisagista, a ideia é locar para alguma instituição que permita a circulação de pessoas. A casa permanece aberta ao público até o fim de semana, e é possível agendar visitas guiadas.

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