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Técnica criada por Alejandro Ahmed, chamada de Percepção Física, é utilizada durante o espetáculo | Cristiano Prim/Divulgação
Técnica criada por Alejandro Ahmed, chamada de Percepção Física, é utilizada durante o espetáculo| Foto: Cristiano Prim/Divulgação

Estabelecer uma relação entre a dança e o videogame usando a participação do público é o conceito principal do espetáculo Embodied Voodoo Game, do grupo catarinense Cena 11, que faz uma única apresentação neste domingo, no Teatro da Reitoria. De autoria do coreógrafo Alejandro Ahmed, a dança utiliza também alguns elementos cênicos vinculados aos jogos eletrônicos, como acelerômetro (sensor de aceleração e movimento) e um controle de Nintendo Wii, com o qual os bailarinos conseguem controlar som e vídeo.

O espetáculo foi desenvolvido há três anos, sob encomenda para uma exposição chamada Game Play, que abordava o fascínio pelos jogos de videogame. Por conta da repercussão que a coreografia gerou, o grupo decidiu continuar em turnê com Embodied Voodoo Game, que tem patrocínio da Petrobrás, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. "Usamos alguns parâmetros do corpo e o modo de controle dos bailarinos e da plateia, que também é convidada para participar", diz Ahmed.

Quatro pessoas do público são sorteadas por uma câmera para participar da coreografia, que não é previamente definida. A encenação, segundo o coreógrafo, acontece gradativamente, conforme a interação gerada entre os espectadores e os bailarinos. "Tanto o bailarino como a pessoa convidada não dominam o que vai ocorrer. Então, eles dirigem remotamente uma possibilidade do que pode acontecer, enquanto resolvem a problemática do jogo proposto, que é simples".

Segundo o coreógrafo, essa expectativa da resolução gera um "estado de jogo" também no restante da plateia. "As pessoas conseguem ter percepções sobre o que está ocorrendo e pensam no que fariam se estivessem no palco durante os 50 minutos do espetáculo. É uma construção da dança, o que considero muito importante".

Alejandro Ahmed, que foi um dos fundadores do Grupo Cena 11 em 1993, desenvolveu em 2000 uma técnica chamada de Percepção Física, que é sempre utilizada nos espetáculos da companhia e tem como objetivo produzir a dança em função do corpo. "Treinamos o controle do corpo, para que ele seja capaz de produzir dança. Nosso foco é na percepção do corpo e qual a imagem ele deve passar, o que eu posso dominar com a imagem que aparece para o público".

Workshop

Além da apresentação, o diretor e coreógrafo Alejandro Ahmed promove gratuitamente o workshop Percepção Física no sábado, das 13 às 16 horas. Inscrições na Unidade de Dança da UFPR – Estúdio I. Mais informações, pelo telefone (41) 3310-2708. Vagas limitadas para 30 pessoas.

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