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Uma das coisas mais legais do cinema é ser surpreendido com um filme sobre o qual não se tem nenhuma ou pouquíssimas informações – coisa cada vez mais difícil hoje em dia, em tempos de internet. É o caso de Nosso Amor do Passado, que está sendo lançado em DVD este mês pela VideoFilmes. O diretor Hans Carosa é praticamente desconhecido – estreou no cinema com o elogiado Alma Mater (2002), filme que não chegou ao Brasil –, então o que chama a atenção são os atores da produção: Aaron Eckhart (Obrigado por Fumar) e Helena Bonham Carter (Clube da Luta), que são ótimos, estão sempre em fitas no mínimo interessantes. Mas isso muitas vezes não significa nada, pois bons atores também se envolvem em projetos péssimos, o que não é o caso do filme de Carosa.

Antes de ver Nosso Amor do Passado, vale conferir um pequeno depoimento do diretor inserido no DVD, no qual ele explica e indica a opção de se acompanhar a produção no formato duas telas, para o qual ela foi concebida – a experiência do cinema com várias ações acontecendo na tela ao mesmo tempo ainda é tímida, contando-se filmes inteiros feitos no formato; o mais conhecido é Timecode, de Mike Figgis (com quatro telas), mas quem assiste a série 24 Horas já se acostumou com a experiência. Para quem não quiser se arriscar na "novidade", o filme pode ser visto normalmente em tela única.

A história de Nosso Amor do Passado (título que já entrega um pouco o filme, ao contrário do original Conversations with Other Women) parece simples e banal no início. Um homem (Eckhart) e uma mulher (Carter), na faixa dos 30 e poucos, quase 40 anos, se encontram numa festa de casamento – seus nomes nunca são revelados. Em princípio, tudo indica ser um simples flerte entre duas pessoas um tanto entediadas. Aos poucos, percebe-se que existe algo mais entre o casal. Eles se conhecem, e muito bem, já tiveram um grande envolvimento emocional em um passado bem distante. É um reencontro e muitas questões que ficaram mal resolvidas entre os dois começam a ser discutidas e repensadas. Há muitos (bons) diálogos e, nesse momento, percebe-se como a tela dividida dá mais dinamismo à fita, não deixando que ela caia apenas em falatório.

Outra qualidade de Nosso Amor do Passado é ser um filme adulto, para adultos, um tipo de produção cada vez mais difícil de ser encontrado atualmente pelo espectador realmente interessado em cinema, ainda mais com essa qualidade. GGG1/2

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