O trabalho continua
O trabalho do Grupo de Artistas Vidreiros de Curitiba, formado por 14 integrantes, não vai parar por aqui. A proposta deve seguir para outros espaços de Curitiba que possam receber murais semelhantes. "Com certeza a gente vai levar adiante a ideia. Queremos continuar a trabalhar em cima das árvores da região, mas, infelizmente, é uma coisa que não depende só de nós artistas", diz Désirée Sessegolo, integrante do grupo.
Apesar da intenção, não há, por enquanto, nenhuma definição sobre outros prováveis locais que possam receber novas obras do grupo que, agora, aguarda a abertura de outros editais da prefeitura que contemplem projetos semelhantes. "Fazer tudo isso não é trabalhoso. É prazeroso. E eu não digo só ao ver o mural pronto. A vibração que percebemos de cada pessoa que passava durante a montagem também anima a gente a seguir".
Viver o deleite da chegada da primavera todos os dias mesmo que o sol não esteja em sua força mais contundente, e o céu, em seu azul mais perfeito. É basicamente esta a sensação que um grupo de artistas de Curitiba pretende provocar em quem contemplar o mural Árvore em Verso e Reciclagem, inaugurado no último sábado (29), no Centro Cívico.
Projetado sob a tônica da sustentabilidade, a obra foi confeccionada com 90% de material reciclável, boa parte coletado em obras de construção civil. São restos de cerâmica, garrafas de vidro, peças de petit-pavé, madeira, latinhas de alumínio e pedaços de vidro. Tudo o que era considerado entulho, ganhou tratamento, um novo destino e virou obra de arte.
Como destaque no mural implantado no muro de uma loja de materiais elétricos, entre as ruas Mateus Leme e Roberto Barroso, no Centro Cívico, está o Ipê Amarelo, árvore que, em 2010, entrou na lista das sete maravilhas de Curitiba. "O Ipê é uma espécie muito querida na cidade e o florescer dele também anuncia que o frio está terminado. O curitibano tem isso de Ah! O Ipê floresceu e agora não vai fazer mais frio. Isso certamente traz um clima de alegria", explica Désirée Sessegolo, integrante do Grupo de Artistas Vidreiros de Curitiba, responsável pela obra.
Além da árvore, o mural também realça outras marcas registradas da capital, como o Jardim Botânico, o portal de Santa Felicidade, o Teatro Guaíra, o Museu Oscar Niemeyer, as bibliotecas do saber, as estações tubo e as calçadas petit-pavé. ProjetoO projeto que deu cor e forma ao mural começou a ser criado em 2011 e logo depois ganhou impulso ao ser contemplado pela Lei Municipal de Cultura. A implantação da obra durou um mês e foi feita em um muro cedido por um comerciante da região. "Ele [o comerciante] não só abriu mão de ampliar a loja dele, como vai bancar toda a conta da luz que vai iluminar o mural. Muita gente se comprometeu, e tudo isso ajudou o nosso projeto a dar certo", contou, animada, Désirée.
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