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Na noite de quinta-feira, o guitarrista Vade­­co, acompanhado de seis instrumentistas, colocou à prova uma ideia original: unir imagens de Curitiba feitas nas primeiras décadas do século passado à música contemporânea tocada ao vivo, no ato da exibição.

A primeira noite do projeto que terá mais duas apresentações no Teatro da Caixa – hoje, às 21 horas, e amanhã, às 19 horas – foi pontuada por pequenas surpresas. Os músicos, posicionados no palco atrás da tela onde aconteceu a projeção, conseguiram acompanhar as imagens de forma eficiente, apesar de não poderem vê-las (eles se orientaram pelo metrônomo).

Na tela, a edição dos filmes se apropriou de momentos históricos – como a neve de 1928 e a passagem do Zepelim, em 1936 – e deu a elas um ritmo vertiginoso, repetindo e multiplicando os fragmentos disponíveis, registrados por Luis Baptista Groff, João Botelho e Annibal Requião. O efeito é o de uma espécie de sonho, em que situações breves – como um carro dobrando uma esquina – ocorrem uma, duas, três ou mais vezes, enquanto a música dita o ritmo dos cortes.

A trilha sonora, composta por Vadeco e com arranjos dele e de Jorge Falcón, começou bastante alta e intensa, tendo seu momento de contemplação nas imagens incríveis da neve que cobriu as araucárias e criou uma enorme paisagem branca.

No momento de um baile no Clube Curitibano, o Teatro da Cai­­xa se iluminou como se a noite de gala tivesse saltado do documentário. O público sorriu e se entreolhou.

A apresentação teve cerca de 40 minutos, oito composições (pontuadas por efeitos eletrônicos) e um desfecho estranho com gelo seco. Foi difícil não se impressionar com os desempenhos do violoncelista Thomas Jucksch e da violinista Iriz Knopfholz, que conseguiram dar humanidade às imagens projetadas.

O Cine Re-Sonar deixou uma boa impressão e a vontade de se ouvir e de se ver mais. A ideia original foi executada com competência pelos envolvidos, mas tudo acontece muito rápido. GGG

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