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Os observadores mais cínicos comparam o Oscar com lanchonetes. As estatuetas douradas não valeriam mais que os quadros de "funcionário do mês" dependuradas nas paredes de redes de restaurantes fast food. Ou, em outras palavras, um reconhecimento de "bom menino" vindo do chefe. Mas, se comete injustiças, se o mérito nem sempre é reconhecido, o Oscar ao menos ocupa o posto de uma grande festa de cinema, talvez a melhor e certamente a mais popular delas. Apenas por isso, já vale o esforço de assisti-la. Foi o que constataram alguns cinéfilos consultados pela reportagem da Gazeta do Povo. Entre elogios, críticas e comentários sobre as injustiças, muitos estarão em frente à tevê a partir das 23h deste domingo, para acompanhar a transmissão ao vivo de Los Angeles.

O funcionário da videolocadora Video 1, Gerson Luiz da Silva, 42 anos, diz que a questão comercial é fundamental na premiação. "Os estúdios batalham para conseguir indicações, o que alavanca a bilheteria, aumenta o preço de revenda do filme para emissoras a cabo e aumenta a procura no mercado de home video", explica.

A locadora em que trabalha inaugurou há poucos meses uma sessão dedicada exclusivamente ao prêmio. Ela conta com cópias de filmes vencedores da estatueta desde 1929. Silva diz que a seção é das mais movimentadas. "Você vê as pessoas pegando as fitas antigas, de 1929, que de outra forma não teriam destaque. É pela curiosidade de saber porque aquele tempo, aquela sociedade, resolveram destacar esse filme e não um outro. Então, o Oscar é uma referência importante, um ponto de referência", comenta o atendente.

Silva questiona a própria possibilidade de haver um prêmio que qualifique arte. Diz que todos as competições do tipo levam a alguma espécie de injustiça e jogos de interesses. O Oscar não escapa, mas ao menos constitui uma bela festa, que ele faz questão de acompanhar, regularmente, há 15 anos. Neste domingo, um grupo de amigos irá ver a premiação na sua casa, pela tevê, com direito à "pizza e cervejinha". "O Oscar cria essa torcida, de acompanhar o que se escreve sobre os filmes, fazer lista de ganhadores, apostar. É cafona em algumas coisas, reconheço, mas também tem homenagens a presença de atores e atrizes", conta. Sua aposta para vencedor é "O Segredo de Brokeback Mountain", dirigido Ang Lee, mas gostaria de ver "Crash", de Paul Haggis, vencer a estatueta.

Oportunidade

Ilvor José Sauer, 32, responsável pelo acervo de filmes de arte e clássicos da locadora Cartoon Video, confirma que o filme de Lee está com a bola toda. "Venceu no Globo de Ouro, foi bem recebido na imprensa, está com todas as chances", comenta. Sua torcida, porém, vai ficar com "Boa Noite e Boa Sorte" de George Clooney. "Nem todo mundo que é bom ganha Oscar. Veja o Scorsese, que para mim é referência de filme bom, mesmo quando não está 100%. Ele nunca ganhou", comenta. Reconhece, por outro lado, o glamour que a premiação conquistou e vê nela a oportunidade de ver seus artistas preferidos. "Adorei ver o Charlie Kaufmann vencer, subindo no palco todo encolhidinho", comenta em referência à vitória do roteirista por "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças". A principal de Sauer expectativa neste ano ficará por conta da homenagem que será concedida ao diretor norte-americano Robert Altman (de "Nashville" e "Assassinato em Gosford Park").

INTERATIVIDADE:

Quem você acha que vai vencer o Oscar nas seguintes categorias:

- Melhor Filme

- Melhor Ator

- Melhor Atriz

- Melhor Diretor

FÓRUM:

A cerimônia de premiação do Oscar 2006 acontece neste domingo. Na sua opinião, quais os favoritos e os "azarões" da maior festa do cinema mundial? Para quem você está torcendo e por quê? Queremos sua opinião. Participe!

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