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Primeiro estudo sobre o impacto econômico do setor audiovisual no Brasil, a pesquisa Contribuição Econômica do Setor Audio­visual Brasileiro foi divulgada ontem pela Motion Picture Association na Amé­rica Latina (MPA-AL), em parceria com o Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual. O levantamento mostra que a indústria cinematográfica injeta mais de R$ 19 bilhões por ano na economia brasileira, com um faturamento bruto anual de R$ 42,8 bilhões.

Só em 2012, diz o estudo, o setor foi responsável pela criação de 110 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. Para cada vaga direta no setor, pelo menos mais um posto indireto é criado.

"O audiovisual já gera mais emprego do que o turismo no Brasil", afirmou o diretor da MPA-AL, o português Ricardo Castanheira, lamentando o fato de os dados sobre o setor no país serem dispersos. "É o primeiro estudo de impacto sobre o setor audiovisual no Brasil. Além de gerarmos cada vez mais empregos, pagamos melhores salários do que outros ramos da chamada ‘economia criativa’. A indústria audiovisual tem um potencial de crescimento acima dos outros segmentos da economia por estar associada à criatividade, traço da personalidade brasileira."

A pesquisa foi realizada a partir de dados do IBGE e da própria indústria – que, além da produção de conteúdo, engloba a distribuição em diversos meios, como salas de cinema e festivais; a exibição em tevê aberta e paga, e a venda e locação em mídia física.

Segundo o estudo, a arrecadação direta de impostos foi de R$ 1,6 bilhão em 2009, saltando para R$ 2,1 bilhões em 2013. Em 2012, o audiovisual gerou uma massa salarial de R$ 4,2 bilhões, com um crescimento de 37% nos últimos anos (R$ 3 bilhões em 2007), ou 2,6 vezes o que foi gerado pelo turismo.

Gastos

Com base na última Pes­­­­quisa de Orçamentos Familiares de 2008-2009 do IBGE, a análise indica ainda que a família brasileira dispõe cerca de 5% de sua renda para atividades culturais. Em lares com renda superior a R$ 6.225, esses gastos aumentam para 6,3%, diante de 3,6% dos com renda inferior a R$ 830. E o crescimento da despesa com cultura é proporcionalmente superior ao incremento na renda.

Apesar dos números positivos, o estudo também aponta uma série de deficiências: os filmes brasileiros têm baixa penetração no mercado internacional; ainda há poucas salas de exibição no país, concentradas em grandes cidades e pouco digitalizadas – enquanto a média de digitalização no mundo é de 75%, no Brasil é de 31%.

"É muito importante haver um debate sobre isso. Se criassem mecanismos que ampliassem a sinergia entre produtores nacionais e internacionais, de proteção à obra autoral, ou um marco regulatório eficiente, o setor poderia crescer mais", disse Castanheira, que mora no Brasil há pouco mais de um ano para dirigir a entidade que representa os estúdios Disney, Paramount, Sony Pictures, Twentieth Century Fox, Universal e Warner Bros. "Três questões nos surpreenderam: o potencial de criação de riqueza e empregos; o efeito multiplicador deste impacto na economia; e a importância que um marco regulatório pode ter", frisou.

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