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Viggo Mortensen (à dir) faz um capitão dinamarquês no filme. | Divulgação
Viggo Mortensen (à dir) faz um capitão dinamarquês no filme.| Foto: Divulgação

O nome de Lisandro Alonso emergiu no início dos anos 2000, de carona na marola do chamado novo cinema argentino. A cada novo trabalho, o diretor pretende afirmar uma autoria radical ao adotar um estilo contemplativo e narrativas rarefeitas sob medida para o culto da cinefilia contemporânea.

“Jauja”, seu quinto filme em uma década e meia, em cartaz nos cinemas, reitera o projeto ao mesmo tempo em que aponta a abertura de algumas janelas para evitar os riscos do enclausuramento e do esgotamento.

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Depois de trabalhar seguidamente com não atores, em filmes ancorados no presente e em produções sem nenhuma pompa, Alonso experimenta usar um ator internacional de prestígio numa ficção histórica.

Viggo Mortensen protagoniza como um capitão dinamarquês que explora os espaços desérticos da Patagônia em busca de Jauja, um paraíso perdido equivalente ao Eldorado. A jovem filha que o acompanha logo se apaixona e foge com um soldado, e o pai parte em sua busca.

Diretor argentino mistura idiomas na Patagônia

Estrelado por Viggo Mortensen, “Jauja’’ conta a história de um pai que parte em busca da filha desaparecida

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A escolha de um formato antigo da janela de projeção, mais quadrado e com bordas arredondadas, introduz estranhamento visual e evidencia a rebuscada composição pictórica de cada plano. O efeito, contudo, não se resume à beleza plástica. Os limites desse enquadramento logo serão testados e abalados, terão sua ordem e equilíbrio arrancados quando o capitão se perde numa natureza fascinante e hostil. Aqui, Alonso retoma seu projeto original de filmar um indivíduo em solidão num espaço que o ultrapassa e oferece grandes momentos de cinema.

Só no epílogo o diretor perde o foco ao introduzir um enigma para atender uma banal expectativa de quem ainda acredita que só uma narrativa complexa merece ser considerada como “arte”. (Cássio Starling Carlos, da Folhapress)

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