
Quando foram divulgadas as primeiras imagens da produção brasileira “Reza a Lenda”, as comparações remeteram de imediato à aventura futurista “Mad Max”.
O próprio diretor, o estreante Homero Olivetto, admite que o filme australiano foi uma das referências para contar a história da gangue de motoqueiros que vaga pelo sertão nordestino. Mas ressalta que seu filme vai muito além disso, tanto na temática quanto nas influências.
“Reza a Lenda” foi exibido para a imprensa no início de dezembro em São Paulo e tem estreia nacional marcada para 21 de janeiro.
No filme, Ara (Cauã Reymond) e Severina (Sophie Charlotte) lideram um bando de motoqueiros armados que rouba uma santa e rapta uma jovem turista (Luisa Arraes). Para eles, a imagem, se colocada no lugar certo, irá trazer chuva para a região. No entanto, a santa pertence ao fazendeiro Tenório (Humberto Martins), que inicia uma caçada para recuperar seu bem.
Olivetto contou que escreveu a história há 20 anos, em um conjunto de três contos que retratavam embates envolvendo diferentes gerações em algum lugar do Nordeste. “Parte da minha família veio de Sergipe, meus avós me contavam a história do cangaço. Essa relação afetiva com a região me levou a escrever esses contos”, diz.
O que se vê na tela, porém, não é uma representação tradicionalista. Ao lado de elementos regionais como a aridez do cenário, a religiosidade e o sotaque dos personagens, a narrativa traz elementos fantasiosos, linguagem de videoclipe e trilha sonora pesada. “Queria mostrar um sertão fantasioso e moderno. Peguei aquela realidade, coloquei uma lente com referências pop e ampliei.”
Além de protagonistas, Cauã Reymond e Sophie Charlotte também tiveram participação como produtores associados de “Reza a Lenda”. Para construir seus personagens, passaram uma temporada no sertão conhecendo a realidade local.
“No começo o roteiro tinha uma linguagem mais próxima dos quadrinhos. Mas o filme tem muito da realidade local”, ressalta Cauã.



