Filmes de super-herói que apostam no humor existem vários, como “Homem de Ferro” e “Guardiões da Galáxia”. Mas da forma como faz “Deadpool”, que estreia nos cinemas, ninguém havia chegado perto. As tiradas mais maliciosas de Robert Downey Jr. como Tony Stark viram piadas de tiozão perto da boca suja do personagem levado às telas pelo diretor Tim Miller e vivido por Ryan Reynolds.
Para começo de conversa, Deadpool não é exatamente um super-herói. Nos quadrinhos, foi apresentado como um vilão e depois foi se firmando como um anti-herói, desbocado e politicamente incorreto. No cinema, teve uma aparição desastrosa em “X-Men Origens: Wolverine” (2009), totalmente deslocado do personagem original.
“Deadpool” chega para apresentar o personagem ao grande público da melhor maneira – a anárquica. Ou, usando um termo popular hoje em dia, zoando com tudo que tem direito. Os créditos iniciais, por exemplo, substituem os nomes de atores por expressões como “um adolescente temperamental”, “um vilão britânico” e “os roteiristas: esses sim, verdadeiros heróis”.
Brasileira
O Brasil tem participação em “Deadpool”. Quem interpreta Vanessa, namorada do personagem principal, é a carioca radicada nos EUA Morena Baccarin, das séries “V”, “Homeland” e “Gotham”.
Esqueça a estrutura hollywoodiana básica que mostra o personagem criança/adolescente, passa pela transformação e chega à condição de herói. Quem conta como tudo começou, entre idas e vindas no tempo, é o próprio Wade Wilson (a identidade de Deadpool), muitas vezes falando diretamente com o espectador. Diagnosticado com um câncer terminal, ele se submete a uma experiência científica traumática, mas que lhe dará superpoderes.
Basicamente, esse é o enredo de “Deadpool”. O que faz do filme um grande barato é a ausência de pudor em retratar o personagem como foi concebido: sarcástico, abusando de piadas sujas e distribuindo violência a rodo. O roteiro não poupa os filmes de herói, o universo Marvel e nem mesmo o próprio Ryan Reynolds.
Para quem acompanha as produções da Marvel, nem é preciso dizer para aguardar os créditos finais (as surpresas pós-letreiros já se tornaram uma tradição). No caso de “Deadpool”, obviamente se trata de uma grande (e divertidíssima) zoeira.
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