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Dentro do cinema, dois argentinos se encontram ao acaso. “Tu conoces a Patagonia?” “No.” “Es un viaje...” Uma viagem e tanto. Para rodar seu sexto filme, o diretor argentino Lisandro Alonso escolheu a paisagem natural da Patagônia, que parece ter saído de uma pintura. Para exibir tamanha obra de arte, Alonso optou por apresentar “Jauja” em tamanho 3:4 com os cantos arredondados – formato pouco utilizado no cinema convencional –, para enfocar na paisagem e nos planos fixos, os mais utilizados por ele em seus filmes.

‘’Jauja’’ conta a história de um pai que parte em busca da filha desaparecida. Viggo Mortensen, um dos protagonistas da franquia “O Senhor dos Anéis”, vive o capitão Gunnar Dinesen na companhia de Ingeborg – vivida por Viilbjork Agger Malling – uma adolescente de 15 anos que se apaixona por um jovem soldado. Os dois decidem fugir. O capitão começa, então, uma busca desesperada em território desconhecido.

O filme é resultado da coprodução de oito países e promove uma mistura interessante de três idiomas totalmente opostos em meio a um cenário hostil – o deserto. Segundo a mitologia, “Jauja” é uma terra de abundância e de felicidade, mas a sinopse oficial do longa questiona a definição e garante que “todos aqueles que tentaram encontrar esse paraíso terrestre perderam-se pelo caminho”.

Depois da exibição, o cineasta revelou ter ficado dois anos tentando convencer Viggo Mortensen a participar do filme, pois acreditou que a partir da notoriedade do ator alcançaria novos públicos. “Senti um pouco de vergonha de dirigi-lo, mas Viggo me guiou e me ajudou a produzir o filme”, contou. Lizando Alonso também disse que a ideia de “Jauja” surgiu quando ele percebeu que repetia o mesmo procedimento de produção e, assim, resolveu assumir riscos e filmar outros lugares, utilizando de novos elementos – como o passado e o presente. “Queria fazer algo que saísse do comum e que fizesse o telespectador se sentir imerso no filme”, afirmou o diretor. Em maio de 2014, “Jauja” recebeu o prêmio da confederação dos críticos do Festival de Cannes na seção “Um certo olhar”.

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