Filmes de dupla são uma tradição desde os primórdios do cinema. De “O Gordo e o Magro” à “Hora do Rush”, o sucesso depende basicamente de uma palavra: carisma. Para chegar a isso, a fórmula não tem grandes segredos. Junte dois atores com características físicas distintas, dê a eles personalidades diferentes (mas nem tanto) e crie uma situação de conflito para uni-los. O sucesso, como todo bom filme, vai depender do talento dos protagonistas e de um roteiro minimamente interessante.
Especialmente nas décadas de 1980 e 90, a fórmula fez sucesso em comédias policiais, em que os parceiros trocavam, na mesma medida, tiros, socos e piadas. Regatar esse espírito foi a ideia principal de “Dois Caras Legais”, comédia de Shane Black (roteirista de um dos mais célebres filmes de dupla da história, “Máquina Mortífera”) que chega esta semana aos cinemas. A dupla da vez é formada por Russell Crowe e Ryan Gosling, dois atores não muito afeitos ao humor.
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A ação se passa na década de 70 e o diretor faz questão de usar a caracterização da época como um dos elementos fortes da história. Com alguns quilos a mais, Crowe é Jackson Healy, um profissional autônomo que, digamos, vive de serviços como cobrar dívidas, ameaçar pessoas e afastar intrusos. Já Gosling, ostentando um bigode setentista, é Holland March, um detetive particular contratado principalmente por idosos em busca de parentes.
Os dois acabam unidos pela morte de uma atriz pornô em um acidente automobilístico. A tia da jovem jura ter visto ela com vida e contrata os serviços de Holland, que se depara Healy, contratado por outra garota para evitar a investigação. Juntos, os dois descobrem uma trama bizarra que envolve cinema e política.
A dupla criada para “Dois Caras Legais” segue à risca os requisitos do gênero. Enquanto Crowe interpreta o cara durão mal-humorado, Gosling vive o beberrão desbocado. No início eles não se bicam, mas logo aprendem a trabalhar juntos. Por fim, não perdem o senso de humor nem quando estão na iminência de serem mortos. Só fica faltando mesmo o carisma. Nesse quesito, quem acaba ganhando é Angourine Rice, atriz mirim que faz a filha de Holland e rouba a cena quando transforma a dupla em trio.
Duplas de sucesso
Relembre algumas parcerias bem-sucedidas nas telas:
Mel Gibson e Danny Glover formaram a dupla de policiais mais famosa da década de 80. O primeiro, no estilo bad boy, e o segundo, pai de família.
Will Smith e Tommy Lee Jones são dois agentes cuja missão é caçar alienígenas infiltrados na Terra. Smith faz o tipo descolado enquanto Lee Jones é o veterano caxias.
Em plena década de 80, no auge das comédias policiais protagonizadas por duplas, Jim Belushi formou um par imbatível com Jerry Lee. Quem era ele? Um pastor alemão.
Jackie Chan é um figuraça por natureza, com seu misto de artes marciais e comédia circense. Na companhia de outro figura, Chris Tucker, fez Hong Kong encontrar Hollywood.
Jack Lemmon e Walter Matthau já formavam uma dupla e tanto lá na década de 60. Idosos, reeditaram a parceria de forma magistral disputando uma garota.
Gene Wilder e Richard Pryor foram dois mitos da comédia e protagonizaram momentos brilhantes. Um deles vivendo dois homens acusados injustamente de roubar um banco.
Dois dos maiores nomes da comédia americana da década de 80, Eddie Murphy e Dan Aykroyd, vivem um mendigo e um milionário que acabam trocando de papéis.
Um dos últimos filmes de uma dupla clássica da sessão da tarde: Terence Hill e Bud Spencer (morto há três semanas), vivendo policiais à caça de ladrões de banco.
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