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Matt Damon vive o astronauta Mark Watney, responsável por inúmeras façanhas a fim de sobreviver isolado em território marciano. | Divulgação
Matt Damon vive o astronauta Mark Watney, responsável por inúmeras façanhas a fim de sobreviver isolado em território marciano.| Foto: Divulgação

Olha Marte aí, de novo. O planeta vermelho é o cenário do novo filme de Ridley Scott, “Perdido em Marte”, que estreia nesta quinta-feira (1.º).

É uma adaptação de um romance do escritor americano de ficção científica Andy Weir, publicado em 2011, sobre um astronauta que precisa se virar no deserto marciano depois de ter sido deixado para trás por sua missão durante uma retirada de emergência.

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O filme deve pegar carona no interesse gerado pelo anúncio da provável existência de correntes de água salgada em Marte, na última segunda-feira (28) – embora a descoberta tire parte do apelo científico da história, já que uma das façanhas do astronauta e botânico Mark Watney, vivido por Matt Damon, é fabricar água.

Não é o primeiro balde que a Nasa joga na ficção. Desde meados do século passado a cultura pop vem convivendo com sondas arruinando seus melhores cenários. Scott, por sinal, ficou sabendo do achado da Nasa antes de todos nós e, ao que parece, fez pouco caso (até porque o filme já estava pronto).

Ele tem razão: outros argumentos da história voltados para o público interessado por ciência parecem plausíveis (ao menos para leigos). E fisgam.

Ágil em seus raciocínios e sempre didático nos vídeos que, convenientemente, resolve gravar para a posteridade, Watney fabrica água queimando hidrogênio. É assim que consegue viabilizar sua plantação de batatas marcianas, que aduba com os pacotes de cocô que seu time deixou para trás. Mais tarde, ele procura uma forma de se comunicar com a Terra, desenterrando um personagem conhecido da exploração espacial, enquanto vai descobrindo formas de chegar cada vez mais longe.

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Toda esta ação e seus desdobramentos mais tensos garantem uma boa aventura espacial, embora “Perdido em Marte” recicle ideias usadas em filmes anteriores como “Missão: Marte” e o (abaixo da média) “Planeta Vermelho”, ambos de 2000.

O diretor de “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979) e “Blade Runner, o Caçador de Androides” (1982) também parece desperdiçar um aspecto importante das missões espaciais tripuladas no novo filme (com isso, subutilizando também o elenco): o isolamento. Seus efeitos psicológicos são uma das maiores preocupações de um projeto de missão tripulada a Marte. Watney passa quase dois anos sozinho em outro planeta e raramente perde o senso de humor. O mesmo vale para sua equipe, comandada por Melissa (Jessica Chastain), que encara uma missão tão longa quanto confinada em uma nave. O filme claramente não foi concebido para ser denso, mas talvez seus personagens pudessem mais.

Acaba sendo mais fácil conviver com a falta de preocupação da filmagem com a representação da gravidade reduzida de Marte do que com piadas sobre gosto musical no meio de uma missão mortal em espaço aberto. Ou com aquela cena, presente na maioria dos filmes de astronauta, em que o centro de controle – tenso com a ação que está se passando a milhões de quilômetros – explode dramaticamente em comemorações quando ouve uma voz da tripulação dizendo que deu tudo certo. “Perdido em Marte” tem um bocado delas. Faz parte. Um pouco mais de surpresa, no entanto, cairia bem.

Veja o trailer:

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