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Cena de “Midnight Special”, de Jeff Nichols. | /Divulgação
Cena de “Midnight Special”, de Jeff Nichols.| Foto: /Divulgação

Em apenas três filmes, o diretor Jeff Nichols já se tornou uma das vozes mais interessantes do cinema atual. Seus dois primeiros longas “Separados pelo Sangue” (2007) e “O Abrigo” (2011) ganharam a admiração de muitos cinéfilos. E o terceiro, “Amor Bandido” (2012), com Matthew McConaughey, tornou-se um hit independente.

Ele agora está de volta com o inovador “Midnight Special” concorrendo ao Urso de Ouro nesta 66.ª edição do Festival de Berlim, que teve na sexta-feira (12) sua sessão de gala, antecedida de uma prévia para a imprensa.

No novo projeto, Nichols volta a trabalhar com o ator Michael Shannon. É sua primeira produção de estúdio, mas ao que tudo indica, certamente vai causar o mesmo impacto emocional que fez seus primeiros três filmes tão memoráveis.

Inspirado em obras de John Carpenter, o filme é um thriller de ficção científica com um viés sobrenatural. Além de Shannon, o ótimo elenco inclui Joel Edgerton, Kirsten Dunst, Adam Driver, Jaedan Lieberher e o veterano dramaturgo Sam Shepard

Shannon vive Roy, um pai desesperado para proteger Alton, seu filho de 8 anos (o estreante Lieberher) que aparentemente é dono de poderes especiais. Com a ajuda dos personagens de Edgerton e Kirsten Dunst, Roy precisa levar Alton a um local secreto, enquanto é perseguido por uma seita religiosa extremista e uma força-tarefa governamental. É uma perseguição que poderá resultar em um evento que mudaria o mundo.

O filme tem uma trama difícil de ser sustentada pelo diretor. Há uma corrida para atingir um destino numa viagem que, em alguns momentos, se torna irregular. Mas o resultado final vale a pena.

Na coletiva após a projeção, um simpático Nichols disse que o filme é uma história sobre a natureza da fé em suas mais variadas formas.

“É sobre até onde uma pessoa pode ir para defender aquilo que é importante para ela”, complementou o diretor, conhecido por dizer que cada um de seus filmes tem uma emoção específica e este não é diferente.

“Eu tenho um filho de 3 anos. Se ‘O Abrigo’ foi o filme feito por alguém que estava prestes a ser pai com a ansiedade que vem com isso, ‘Midnight Special’ é o filme feito por um cara que já é pai. Assim, é definitivamente sobre a maneira como me sinto sobre meu filho e também a perspectiva de um pai escrevendo sobre um filho e sua magia. Essa é a âncora emocional, o motor que o impulsiona. E é ainda um filme sobre família”, destacou.

Esse é o quarto trabalho seguido de Nichols com Michael Shannon e, como ressaltou o diretor, isso é fruto da grande sintonia que existe entre eles.

“Eu gosto muito de trabalhar com Michael, nós nos adequamos um ao outro, eu sinto isso. Nos respeitamos e gostamos de estar juntos”, disse.

No mundo

“Hedi”, o outro título apresentado na Berlinale na sexta (12), é dirigido pelo tunisiano estreante em longas Mohamed Ben Attia, e conta a história de um jovem dominado pela mãe que, às vésperas do casamento com uma mulher escolhida por ela, se rebela porque está apaixonado por outra mulher.

O filme é uma metáfora sobre o retrato da nova geração de tunisianos pressionada entre as tradições do país e as ideias progressistas da chamada Primavera Árabe, que se espalhou pela região a partir de 2011.

“Eu queria contar a história de um jovem dividido entre dois mundos, duas vozes, em que cada uma poderia determinar o caminho a seguir”, explicou o diretor.

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