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Messala (Toby Kebell) e Ben-Hur (Jack Huston) são irmãos que se enfrentam numa corrida de bigas | Divulgação/
Messala (Toby Kebell) e Ben-Hur (Jack Huston) são irmãos que se enfrentam numa corrida de bigas| Foto: Divulgação/

marco cinematográfico

O “Ben-Hur” de 1959 tornou-se um marco na história do cinema por conta da grandiosidade da produção. Com o maior orçamento da história do cinema até então, o filme exigiu a construção de cenários gigantescos e milhares de figurantes.

Antes de mais nada, é importante dizer que, segundo seus produtores, o “Ben-Hur” que estreia nos cinemas nesta semana não é um remake do clássico de 1959. É, sim, uma nova adaptação da obra escrita pelo britânico Lew Wallace em 1880, que foi transposta para o cinema pela primeira vez em 1925. Isto posto, vale dizer que há diferenças significativas entre o filme anterior e o que chega às telas agora, e elas vão muito além da possibilidade de assistir com óculos 3D.

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A história, com algumas liberdades poéticas, é a mesma. Judah Ben-Hur (Jack Huston) é um príncipe judeu que vive com a família abastada em Jerusalém. O meio-irmão Messala (Toby Kebell) se rebela e decide se juntar ao exército romano. Anos depois, retorna já na condição de general e, por conta de um incidente, se vê obrigado a condenar a própria família. Ben-Hur se torna escravo e, após conquistar a liberdade, vira um exímio competidor de corridas de biga. Daí nasce a oportunidade de confrontar o irmão e consolidar sua vingança.

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Mais do que os efeitos especiais de ponta, nuances da história ou dos personagens, a grande diferença deste novo “Ben-Hur” em relação ao anterior está no tom. Ao tratar de temas que permanecem atuais, como intolerância e preconceito, o diretor russo Timur Bekmambetov (de “Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros”) procurou passar ao público uma mensagem positiva. Tanto que ampliou a participação de Jesus Cristo, interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro.

“Quando você pega um livro escrito em 1880 e vê que muitas coisas ainda fazem sentido nos dias atuais, é fantástico. É um filme muito contemporâneo, dá para fazer analogias infinitas e refletir sobre os nossos valores”, afirmou Santoro durante o lançamento de “Ben-Hur” no Brasil, no início do mês em São Paulo. De acordo com o ator, a intenção do diretor era retratar um Jesus “mais humano, mais próximo das pessoas”.

Para Jack Huston (neto do ator e diretor John Huston, morto em 1987), a mensagem transmitida em “Ben-Hur” é bastante oportuna para os dias atuais. “O mundo está cheio de atrocidades, conflitos políticos, religiosos. Está cheio de medo. A mensagem que esperamos passar é que, sendo religiosos ou não, precisamos ser bons uns com os outros”, diz.

O problema de “Ben-Hur” é que, para transmitir essa mensagem, o roteiro usa de um modelo extremamente didático, com diálogos e sequências que lembram uma novela no estilo “Os Dez Mandamentos”. Uma narrativa acidentada que nem mesmo o 3D e a produção vistosa são capazes de atenuar.

Corrida de bigas

Uma sequência que se tornou emblemática no “Ben-Hur” de 1959 e acabou marcando época foi a da famosa corrida de bigas. Claro que ela não ficaria de fora da nova versão, ainda mais quando os recursos tecnológicos atuais permitem fazer trucagens que eram inimagináveis à época.

O diretor Timur Bekmambetov, porém, não quis saber de muita tecnologia. O ator Jack Huston contou que, para realizar a sequência final, o cineasta quase não usou efeitos de computador. A maior parte do que se vê na tela foi, a exemplo do filme da década de 50, filmado na mão, com atores e aparatos reais. “Foram quatro meses de preparação, aprendendo a conduzir as bigas com os cavalos”, revelou.

Após a preparação, as filmagens consumiram seis semanas, com um aparato de seis câmeras e 32 cavalos em cena ao mesmo tempo. “É algo brutal, me senti como em uma corrida da Nascar. Mas consegui me manter vivo”, brincou Huston.

Outra cena que foi um teste de resistência foi a da crucificação de Cristo, vivida por Rodrigo Santoro. De acordo com ele, o frio era intenso, com a temperatura próxima de zero, o que fez com que a equipe rodasse uma única tomada. “Mas foi uma sensação indescritível estar na cruz, me senti como se pudesse externalizar todo o sentimento do mundo”, destacou o brasileiro.

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