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“O Menino e o Mundo” trabalha com diferentes técnicas de animação. | Divulgação/
“O Menino e o Mundo” trabalha com diferentes técnicas de animação.| Foto: Divulgação/

Em se tratando de Oscar, o brasileiro Alê Abreu e sua animação “O Menino e o Mundo” terão pela frente uma disputa desigual ao concorrer com títulos como “Divertida Mente”, da Disney/Pixar, e “Anomalisa”, de Charlie Kaufman. Isso porque nome e marketing são armas poderosas quando se trata da principal premiação do cinema. Mas somente por isso, já que no tocante à qualidade, o representante brasuca não deve nada às grandes produções.

Além do reconhecimento internacional, a indicação faz justiça ao filme possibilitando que mais pessoas assistam a ele. Porque “O Menino e o Mundo” merece muito ser visto, especialmente na tela grande. Não é 3D e nem um pouco realista, muito pelo contrário. Mas trabalha com diferentes técnicas de animação, que mesmo sem diálogos e seguindo uma história simples, faz uma hora e vinte minutos passarem voando.

O personagem-título é um garoto que vive no campo e um dia vê o pai partir em um trem. Com saudades, decide procurá-lo e inicia uma jornada que vai mostrar como é o mundo além da vida de brincadeiras e do conforto familiar. O menino (e o espectador, por consequência) vai sendo apresentado então à pobreza, ao desemprego, à tirania e ao consumismo.

Em cartaz

Lançado em 2014, “O Menino e o Mundo” teve uma passagem com pouco destaque nos cinemas à época. Agora, com a indicação ao Oscar, volta a ser exibido em Curitiba, em sessões diárias, às 17h30, no Espaço Itaú, e nos próximos dois sábados (23 e 30), às 16h, no Paço da Liberdade, com entrada gratuita.

Parece uma narrativa pesada, mas o diretor Alê Abreu consegue conduzir com extrema delicadeza e sem precisar ser didático. Os traços são simples, mas distribuídos em combinações que em cada quadro têm algo a dizer. A variação de cores, a oscilação da trilha sonora, os movimentos, tudo tem sua função na história, que flui naturalmente e consegue até surpreender o espectador no final.

“O Menino e o Mundo” pode não ter o poder de fogo e o aparato técnico de seus concorrentes na disputa pelo Oscar. Mas tem poder de encantamento, o que já é um prêmio e tanto para o espectador.

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Assista ao trailer:

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