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Nathan Silver:  trabalho influenciado pela obra de Robert Bresson. | Divulgação
Nathan Silver: trabalho influenciado pela obra de Robert Bresson.| Foto: Divulgação

Na entrevista a seguir, cineasta Nathan Silver fala sobre influências.

Você começou a sua carreira no teatro. Em que momento decidiu fazer cinema?

Fazia estágio em teatro experimental com o dramaturgo Richard Foreman. Um dia ela me disse que o teatro havia morrido e que era preciso ir ao cinema, assistir a filmes, especialmente os do [Robert] Bresson. Acabei desenvolvendo um grande interesse pelo trabalho dele e pensei que poderia fazer cinema. Larguei o estágio e comecei a rodar filmes da forma que eu imaginava certa -- mas não era. Essa história é quase inacreditável. Conheci um homem em um bar e comentei a vontade de fazer um filme. Ele simplesmente me deu meio milhão de dólares e joguei esse dinheiro fora.

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Em “Blind” e “Anedocte” há uma influência dos anos 1950 em figurinos e cenários. Isso surgiu com Bresson?

Com certeza, todo o trabalho visual da obra do Bresson serviu de referência para os meus dois primeiros filmes.

Ainda sobre seus dois primeiros filmes, as personagens femininas em ambos são muito fortes, no entanto submissas. De onde surgiu esse aspecto distinto de personalidade?

As personagens femininas, tanto em um filme quanto no outro, são baseadas na minha mãe, Kate. Ela inclusive atua em ambos. Sempre relaciono essa dualidade de personalidades com ela, que sempre foi muito forte, mas submissa ao mesmo tempo.

Você tem uma linguagem bem específica. Ela permeia toda a sua obra?

Estava bem insatisfeito com o resultado das filmagens do “The Blind” e então eu conheci a Kia Davis. Cheguei à conclusão de que desistia dessa vida ou mudava meu estilo de direção. Então passei a mudar a forma como eu criava as histórias, com a ajuda de Kia e também optei por incluir personagens que de fato tivessem emoções. Nessa nova fase, optei por falar sobre o caos permanente na vida das pessoas.

(Pergunta para Kia Davis) Em “Stinking Heaven”, você assume um estilo experimental que mistura um pouco de ficção com documentário. Quais foram os critérios que permitiram essa mudança na construção dos personagens?

Kia DaVis: Depois de “Blind”, Nathan estava infeliz com sua carreira cinematográfica e especialmente com a atuação nos dois primeiros filmes. A partir disso, tomamos a decisão de trabalhar apenas com pessoas que conhecíamos e amávamos, isso resultou em uma atuação muito mais sincera.

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