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Cena do clássico O Segredo da Porta Fechada (1947), que integra a caixa do cineasta Fritz Lang, lançada pela Versátil | Divulgação
Cena do clássico O Segredo da Porta Fechada (1947), que integra a caixa do cineasta Fritz Lang, lançada pela Versátil| Foto: Divulgação

Poucos se dão conta disso. O Brasil, por obra e graça de um número reduzido de pe­­quenas, mas obstinadas, distribuidoras independentes, tem acesso a um dos maiores acervos de clássicos do cinema disponíveis em DVD no mundo. A afirmação é de Fernando Brito, diretor de promoção e também curador da Versátil Home Vídeo, empresa que, desde 1999, já colocou no mercado nacional perto de 550 títulos (alguns deles já com tiragem esgotada), entre eles, boa parte da filmografia de mestres como os italianos Luchino Visconti e Michelangelo Antonioni, o sueco Ingmar Bergman e o francês François Truffaut.

Atualmente com 350 títulos em catálogo, a Versátil vem lançan­­do, regularmente, filmes que, em grande parte, nunca haviam chegado ao país em DVD. Ou, quando tinham sido distribuídos, ganharam edições muito pobres, feitas a partir de matrizes de má qualidade, sem extras ou encartes informativos. Responsável pela escolha dos filmes, Brito diz que seu critério de curadoria é o de, sobretudo, resgatar filmes, alguns consagrados, outros obscuros e pouco lembrados, mas significativos.

Brito conta que a empresa sempre se preocupou em encontrar as melhores matrizes, de preferência que tivessem sido submetidas a restauração e remasterização. Além disso, a Versátil também buscou enriquecer suas edições com extras que vão além do material original. Acadêmicos e críticos costumam gravar análises dos filmes, com o objetivo de dar ao espectador mais subsídios para compreender a dimensão da obra. No seu catálogo, os maiores best sellers são o suntuoso épico siciliano O Leopardo (1963), de Luchino Visconti, com 10 mil DVDs comercializados, também lançado agora em versão Blu-ray; e o clássico do Cinema Novo, Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.

Com sede em São Luís, no Maranhão, a Lume, agora também atuando no mercado de lançamento de filmes no circuito exibidor, é outra das pequenas guerreiras que lutam para oferecer ao cinéfilo bem mais do que a ração previsível de títulos comerciais. O dono e cu­­rador da distribuidora, o cineasta Frederico Machado, contou que foi movido por razões muito pessoais.

Apaixonado por cinema desde garoto, Machado disse que a Lume nasceu, em 2007, de seu desejo de lançar no Brasil filmes aos quais assistiu ao longo da vida, mas não encontrava nas lojas e locadoras nacionais. Basta uma olhada no acervo de 160 títulos da Lume, que saem com tiragem média de 1 a 2 mil cópias, para perceber que, embora a qualidade seja o principal critério de escolha do curador, seu gosto é marcado pelo ecletismo. Quem ganha é o público, que hoje tem acesso a títulos que vão do premiado Felizes Juntos (1997), do cultuado diretor chinês Wong Kar-Wai, a O Espírito da Colmeia (1973), do espanhol Victor Erice.

Os mais vendidos de seu acervo são a aventura pré-histórica A Guerra do Fogo (1981), do francês Jean-Jacques Annaud, com 7 mil cópias comercializadas, e o thriller intimista de espionagem A Conversação (1974), de Francis Ford Coppola, com 3 mil.

Serviço:

Lume Filmes: www.lumefilmes.com.brVersátil:www.dvdversatil.com.brCult Classic: www.cultclassic.com.br

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