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Qual o detetive que deu origem a centenas (milhares?) de imitadores, vivia na rua Baker de Londres e fumava um indefectível cachimbo? Elementar, caro leitor. Cria de sir Arthur Conan Doyle (1859 – 1930), Sherlock Holmes e de seu fiel parceiro John H. Watson ganham enfim edição à altura da fama que conquistaram desde a publicação de "O Escandâlo da Boêmia", pela Strand Magazine, em julho de 1891.

Acaba de chegar às livrarias o primeiro volume da série de seis (confira quadro), intitulada Sherlock Holmes – Edição Definitiva, Comentada e Ilustrada (Tradução de Maria Luzia X. de A. Borges. Jorge Zahar Editor, 496 págs., R$ 89,50). O trabalho de Leslie S. Klinger, apresentado como "a maior autoridade mundial no assunto", inclui um prefácio de 42 páginas e mais de 500 notas explicativas somente no primeiro volume, chamado As Aventuras de Sherlock Holmes, com as 12 primeiras histórias publicadas pela Strand entre 1891 e 1892.

Não bastasse todos esses itens, há 200 ilustrações (inclusive as clássicas de Sidney Piaget) e uma apresentação breve de John Le Carré, famoso por aqui como o autor do livro O Jardineiro Fiel, que inspirou o filme de Fernando Meirelles. Nela, o escritor admite ter criado um de seus personagens mais conhecidos, George Smiley, protagonista de várias obras, a partir de Holmes.

No prefácio, Klinger cita outras duas referências de livros que procuraram reunir tudo o que Doyle produziu com o seu detetive. Reconhece a importância de The Annotated Sherlock Holmes, de William S. Baring-Gould, publicado nos anos 60, mas ressalta a "ordem cronológica controversa" usada pelo pesquisador. A Oxford Sherlock Holmes, de 1993, reuniu tudo o que há do personagem em nove volumes, seguindo o formato da primeira versão em livro, porém, nas notas, analisa somente as fontes do escritor, desconsiderando os estudos de sua obra.

De qualquer forma, as discussões acadêmicas podem ser deixadas de lado – segundo o próprio Klinger, que sugere ao leitor pular os preâmbulos e ir direto às histórias. Criou-se o mito de que Watson teria escrito as aventuras de Holmes e pedido ao seu agente literário Conan Doyle que as publicasse sem citar o seu nome. Na verdade, isso é pura ficção. Que se imprima a lenda.

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