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Cena do filme "Ondine" | Divulgação
Cena do filme "Ondine"| Foto: Divulgação

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Diretor conhecido por trabalhos densos e uma nítida preferência por personagens fora do padrão - como no famoso "Traídos pelo Desejo" (92) e no recente "Café da Manhã em Plutão" (2005) -, o irlandês Neil Jordan entrega mais uma história neste formato em Ondine (veja horários das sessões; atenção a data de validade da programação em cinza).

Contando com performance sutil e inspirada do compatriota Colin Farrell ("Na Mira do Chefe"), Jordan desenvolve, em roteiro próprio, a história de um pescador solitário, Syracuse, num recanto litorâneo da Irlanda.

Apelidado de "Circus" - uma ironia com o som de seu nome exótico e também por ter sido palhaço de circo -, ele vive isolado, depois que abandonou o alcoolismo, já que a mulher (Derva Kirwan) não quer por nada abandonar o copo. Nem por isso a mãe perde a guarda da filha de ambos, a adorável Annie (Alison Barry), que tem um sério problema renal e está à espera de um transplante. Syracuse passa seus dias no barco, pescando sem grande sorte.

Até que um dia sua rede colhe uma criatura inusitada - uma jovem mulher (a atriz e cantora polonesa Alicjia Bachleda). Quase afogada, ela é salva por ele e abrigada na antiga casa de sua mãe. Não gosta muito de falar do passado. Apenas diz chamar-se Ondine. O pescador cuida de Ondine de modo quase paternal, mas é visível que a beleza da moça o encanta. O coração dele está recuperando a paixão, detalhe que não escapa à pequena Annie - que vem espionar o que se passa na casa do pai.

Um detalhe curioso é o toque de fantasia acrescentado à maneira como Ondine surgiu na vida de Syracuse - o que, de pronto, incendeia a imaginação de Annie, convencida de que ela é uma "selkie", uma espécie de sereia.

Até Syracuse fica intrigado com o fato de que, quando leva Ondine no barco, contrariando velhas superstições de pescadores sobre o azar trazido por mulheres a bordo, tem mais sorte na pesca do que nunca. Tudo corre bem mas, como até nos contos de fada, há um lado sombrio a resgatar, envolvendo Ondine, um homem misterioso que aparece na cidadezinha e a mãe de Annie.

Fica bem claro que, se não é o melhor filme de Jordan, certamente o cineasta mantém inalterada a leveza com que consegue manejar um material tão cheio de detalhes estranhos.

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