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Os arranjos das músicas do Mano a Mano foram construídos ao longo de ensaios | Divulgação
Os arranjos das músicas do Mano a Mano foram construídos ao longo de ensaios| Foto: Divulgação

Há 6 anos, o clarinetista, compositor e arranjador Sérgio Albach e o baixista, compositor e arranjador Glauco Sölter se encontraram para comandar a tradicional Oficina de Música de Curitiba, na divisão dedicada à música brasileira. Um trabalho que, apesar de tratar de música, era mais burocrático do que criativo. Para cortar a rotina, os dois, é claro, começaram a fazer um som juntos. No improviso. Para diversão.

Como só poderia acontecer entre dois excelentes músicos, a coisa foi ficando séria. Alguns anos depois, o percussionista Vina Lacerda começou a se divertir junto. Estava formado o trio que, quando dava, pois todos têm agendas cheias e outros compromissos musicais, se reunia para jams. Logo, eram convidados para apresentações. E fizeram muitas, não só no Brasil como também pela Europa e América Latina.

No final de maio saiu o primeiro disco dos três, que leva o nome de Mano a Mano Trio. Um repertório construído e gravado em Curitiba para um disco mixado na Itália e masterizado na Alemanha.

Apesar do nome lembrar um som ligado ao tango argentino, o repertório é de música instrumental brasileira. São explorados ritmos e melodias da música nacional, como o choro, samba, frevo e baião. Mas com uma interpretação delicada na formação de percussão, baixo e clarinete. No entanto, também tocam Astor Piazzolla e o nome Mano a Mano surgiu quando ainda eram um duo.

Os arranjos foram construídos ao longo de ensaios, baseados na experimentação de sons, sem que tenham sido escritos antes. Isso dá ao trabalho do trio uma saborosa impressão de que foi gravado ao vivo, pois os músicos parecem estar sempre improvisando, experimentando. Com a qualidade excepcional dos três, esse é um ganho para a obra, que traz uma espontaneidade impressionante.

Não ouvi o disco todo, mas pela internet, no MySpace, tem algumas músicas. Dá para ouvir "Meu Amigo Tom Jobim" (Radamés Gnattali), "Vento Bravo" (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro) e "Êxtase" (Djavan). São três belos exemplos do trabalho do trio, mas quando se ouve "Vento Bravo", aí é covardia. Além da música já ser linda por ela mesma, o clarone de Sérgio Albach entra com seu tom grave acompanhado por ruídos construídos no baixo e vão nos envolvendo até iniciar a música, como um vento que sopra suave no verão e vai tomando conta da cidade.

Não é à toa que o trio está sendo convidado a tocar nos principais festivais de jazz do mundo. É excelente.

Locomotiva Duben

Outra que está apresentando seu primeiro álbum completo é a Locomotiva Duben, banda que mistura rock, MPB, psicodelia, rap e o que mais estiver ao alcance dos instrumentos e se encaixem com dub e groove.

No ano passado, ela ficou em segundo lugar no Kaiser Sound Festival, o que lhe deu o direito de gravar cinco músicas em estúdio. Mas foi pouco, e a locomotiva não parou no ponto, avançou em mais cinco músicas e, com a produção de Rodrigo Barros Homem Del Rey (Maxixe Machine), está lançando o disco Mundo É Labirinto.

A banda tem oito integrantes e o disco tem mais participações especiais. Já havia lançado antes o EP Todos os Seres, mas pela amostra que ouvi pelo Soundcloud (soundcloud.com/locomotiva_duben), com a música "Agradecer e Respirar", o trabalho atual está mais encorpado. As misturas rítmicas e de estilos estão mais integradas e fluem bem. Este pequeno aperitivo que ouvi promete se transformar em um dos grandes discos do ano.

Crocodilla

A Crocodilla lançou o primeiro videoclipe: "Não Vai Escapar", com direção de Miguel Thomé, que é guitarrista da banda e tem um trabalho consistente como videomaker. Ele também assinou "Boa Noite", da Karol Conká (artista indicada ao VMB) e "Esquece", da Uh La La!. Na equipe de produção estão ainda Edu Porfirio, editor do clipe "Mapa-Múndi", de Thiago Pethit, e Vinicius Antunes, produtor do "Filosofando", de Alexandre Nero.

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