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Perdoem os pessimistas, mas como acreditar que o mundo não melhora diante de tantas boas novidades? A inclusão social, por exemplo: há apenas três décadas, as pessoas então chamadas deficientes mentais eram não só excluídas da vida social, como eram mantidas reclusas em casa, a família com vergonha de expor aquilo que parecia ser uma culpa genética.

Hoje, quando essas pessoas são chamadas especiais, vemos que trabalham, namoram, casam, só não são gente como a gente porque raramente ficam de mau humor e geralmente não fazem mal a ninguém.

O grande inclusor, pioneiro de todos há mais de dois milênios, foi Jesus.

Menino, tantas vezes ouvi a música de Francisco Alves: "Crianças com alegria/ qual um bando de andorinhas/ viram Jesus que dizia/ vinde a mim as criancinhas!" Hoje, vejo que ele foi o primeiro a olhar e tratar as crianças como nosso maior patrimônio, como contam os Evangelhos: "Se não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. E quem puser uma pedra de tropeço no caminho de um pequenino, melhor seria se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e que fosse lançado ao fundo do mar!"

Poucas vezes ele falou tão incisivo, indicando que as crianças não eram para ele apenas motivo de retórica ou agrado populista, como são para muitos políticos. E ele também incluiu, na sua visão de um mundo melhor, as mulheres, até então – e durante dois milênios depois – tratadas como seres humanos de segunda categoria. Além de as acolher e as procurar, ele as protege, e defende até a prostituta: quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!

Ele também podia ter falado que não exagerassem nos pedidos de milagres, mas não, aceitou receber o cego, o paralítico, o louco, a todos curando como a dizer e mostrar que somos todos irmãos.

E, num tempo em que os trabalhadores braçais eram – como ainda são – vistos como "mão-de-obra", ele convidou para parceiros de vida quase que apenas trabalhadores braçais, pescadores na maioria. Mateus deixou de ser cobrador de impostos para acompanhar Jesus. E o tesoureiro do grupo, que também decerto tinha alguma experiência administrativa ou financeira, era um tal de Judas Iscariotes...

Mas ele também foi o maior dos exclusores: excluiu o Estado da Religião, com uma só frase cortante como a maior das espadas: "Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus", num tempo em que imperadores se achavam deuses e as religiões mandavam nas sociedades.

E, quando tantos ainda acreditam que poder e fortuna trazem felicidade, ele falou que é mais fácil um camelo passar pelo buraco duma fechadura do que um rico entrar no Reino dos Céus – que, portanto, começa aqui.

Sempre que pesco, penso no pescador da Galileia, e anoto ideias como estas. Por isso digo que às vezes não pesco nada, mas mesmo assim o embornal vem cheio... Quem tem Jesus no coração sempre conhece milagres.

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