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Petit Verdot é uma das seis cepas permitidas em Bordeaux, onde sempre participa em percentagens ínfimas, 1% a 3%, com a mesma parcimônia com que usamos temperos na comida. As outras são Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Carmenère, em ordem decrescente de áreas plantadas. Atenção: Em Bordeaux há mais Merlot que Cabernet Sauvignon.

Petit Verdot é uma uva pequena, de pele fina, com cores carregadas, com muitos taninos e acentuada acidez. Por ser uma uva de amadurecimento tardio, duas semanas depois da Cabernet, tende a ser progressivamente eliminada em Bordeaux, percorrendo uma saga similar à Carmenère. Hoje, existem apenas 300 hectares plantados, em Bordeaux. Mas, quando o clima ajuda, resulta num vinho carnoso, forte e longo no palato.

Plantada em climas mais quentes e secos, Califórnia, Austrália, Espanha, Chile se sai muito bem, e está sendo usada como coadjuvante de vários Cabernets e Syrahs. Na Califórnia já há 400 hectares plantados, mais do que em Bordeaux. Porém, só na Espanha, Austrália, Argentina e Uruguai é que começou a ensaiar-se como protagonista e está sendo produzido como varietal.

Os raros Petit Verdot varietais que já apareceram por aqui são os espanhóis Ribera del Duero e Toledo, Uruguai e Argentina.

Com a quantidade de taninos que possui é um vinho com potencial de envelhecimento, mas requer um tempo expressivo na barrica.

No nariz mostra fragrância e complexidade na boca.

O único Petit Verdot varietal que provamos foi o Reserva Personal de la Família, safra 2005, do produtor uruguaio Daniel Pisano, grande sucesso no Evento Mistral de São Paulo.

Cor púrpura muito forte, com aromas de pimenta e amêndoas com baunilha de carvalho francês novo. Devido a suas características olfativas é um vinho para carnes fortes, como cordeiro assado e queijos fortes.

Daniel Pisano além de produzir maravilhosos Tannat e Tannat-Merlot, está se dedicando a várias outras cepas e estilos: um delicioso aromático Torrontés, um longo Chardonnay e um colheita tardia Etxe Oneko Licoroso, um vinho ao estilo de Porto que nos obrigou, aficionados do legítimo Porto, a fingir que não era conosco.

Outra novidade, o RPF Syrah 2004, cor grená e o característico aroma de chocolate desta cepa, acompanhado de frutas vermelhas. Criado em barrica de carvalho francês nova, como se denuncia no olfato. Taninos doces e maduros com um final muito redondo.

Nós que ignoramos sistematicamente o vinho uruguaio, deveríamos lhe dar maior atenção, em especial os produzidos por Pisano que fazem sucesso na Inglaterra, Polônia e Rússia, talvez porque o Gighia nunca lhes tenha enfiado um Maracanazo goela abaixo.

Confraria Invinovéritas - degustação de Petit Verdot - dia 3, segunda-feira, as 19 horas. Fone (41)3338-7519.

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